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Servente mata a mulher e o vizinho em S.Bernardo
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
26/04/2006 | 08:28
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O servente Dorgival Ferreira da Silva, 38 anos, é suspeito de ter matado a esposa e o vizinho com golpes de faca na madrugada de terça-feira, no bairro Assunção, em São Bernardo. Depois dos assassinatos, o acusado ainda teria estuprado a mulher do vizinho morto, uma jovem de 18 anos. A polícia ainda não sabe o motivo dos crimes. O cenário dos homicídios e da violência sexual é um cortiço onde os dois casais viviam.

Dorgival e sua mulher, Clemência Faria Nogueira, 47 anos, viviam no local há 6 anos e moravam juntos há 13. O outro casal, Anauri Jacson Vieira, 18 anos, e a esposa C.S.B, 18, estavam no quintal há oito meses. Segundo a polícia, Dorgival matou primeiro a esposa, provavelmente após uma discussão. A arma usada foi uma faca que estava na casa.

Na seqüência, o acusado foi até a casa onde Anauri e C. viviam. Dorgival teria avançado sobre Anauri e cometido o assassinato, usando a mesma faca. Após o crime, segundo a versão da polícia, o acusado voltou-se para C., que não tinha ninguém mais para defendê-la, e dito que não a mataria se ela fizesse tudo o que ele mandasse. Sem opção, a moça concordou.

C. teria dito que primeiro foi obrigada a limpar o sangue das vítimas, espalhado pelo corpo de Dorgival. Depois, a moça escreveu “eu era humilhado quando ela bebia” em um caderno, a mando de Dorgival. Possivelmente, uma alegação referente ao assassinato da mulher do servente. Mesmo ver obedecidas todas as ordens, o acusado não se deu por satisfeito e estuprou a vizinha.

Os gritos de socorro de C. enquanto era estuprada chamaram a atenção dos vizinhos. A moradora da casa que faz fundos com o cortiço chamou a polícia. Mas o acusado fugiu antes que a primeira viatura aparecesse. Os policiais apreenderam a faca utilizada nos crimes. Por conta da suposta força dos golpes contra as costelas de Anauri e Clemência, a faca ficou torta, segundo os policias.

Vício – Vizinhos contam que Dorgival e sua mulher seriam viciados em crack e álcool. As brigas entre eles seriam constantes, e não raramente a discussão verbal se transformava em agressão física. Clemência tinha quatro filhos de outro casamento, mas não vivia com nenhum deles – eram todos maiores de idade. Um dos filhos, de 25 anos, confirmou ao Diário o histórico de violência na relação da mãe com o companheiro. Ele confirma também o problema que ambos tinham com álcool e crack. Diz ainda que o casal saiu da casa onde morava anteriormente devido a atritos com vizinhos.

Outra filha de Clemência disse à reportagem que o ex-padrasto havia cumprido sete anos de prisão por roubo a mão armada, e que o namoro dos dois não terminou enquanto ele esteve preso. Ele estaria em liberdade há cerca de oito anos.

A dona das casas onde ocorreram os crimes, também vizinha dos casais, afirma que o relacionamento entre os casais era amigável e que não havia nenhum indício de envolvimento amoroso entre a mulher de Dorgival com o vizinho assassinado.

Não foi possível localizar a sobrevivente C. ou parentes dela. Os vizinhos disseram que ela vivia com Anauri havia aproximadamente cinco anos, e que a moça tem uma filha que vive com a avó, em Roraima. Ao ser encontrada pela polícia, C. foi encaminhada até o Pronto-Socorro Central de São Bernardo. Ela foi transferida para o Hospital Municipal Universitário, que, segundo a Prefeitura, possui estrutura mais adequada para lidar com casos de estupro. C. já foi liberada.

Para a polícia, nenhuma possibilidade relativa à motivação do crime pode ser descartada. Uma das suposições é que Dorgival teria desconfiado que sua mulher e o vizinho estavam tendo um caso. Os homicídios teriam sido, ainda, resultado do uso de crack. O caso foi registrado no 3º DP de São Bernardo, mas deve ser investigado pela Delegacia de Homicídios da cidade.

Dorgival continuava foragido até o fechamento desta edição. Segundo os familiares de Clemência, o acusado tem irmãos em Diadema e no Paraná. Teria também uma filha vivendo com familiares na região Sul do país.



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