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Grande ABC tem 58 vias de alto risco
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
12/10/2002 | 19:01
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São pelo menos 58 ruas e avenidas no Grande ABC que se destacam como pontos de maior incidência de roubos de veículos, onde o motorista deve ter cuidado redobrado, especialmente à noite. Concentração comercial ou de caixas eletrônicos, proximidade com universidades e divisas de municípios são alguns dos fatores que aumentam o risco desses locais. Os dados são de mapeamentos realizados pelas delegacias seccionais de Santo André, São Bernardo e Diadema, que cadastram e analisam todos os boletins de ocorrência que chegam diariamente aos distritos policiais da região.

Um desses locais é a avenida Capitão Mário Toledo de Camargo, que liga a região da Vila Luzita, em Santo André, à área central da cidade. Foram 50 ocorrências de roubo apenas no último trimestre (julho, agosto e setembro). A própria extensão da avenida, com mais de três quilômetros, explica o alto número de casos segundo o delegado seccional de Santo André, Dejar Gomes Neto. Ligando-se à avenida, a estrada do Pedroso teve 11 casos de roubo.

Na região central, o risco maior está na avenida dos Estados. Foram 39 ocorrências no período, em vários pontos de seu extensão: 19 no Parque João Ramalho, dez no Parque Jaçatuba e outros dez na Vila Metalúrgica. O pico de ocorrências na avenida ocorre entre 20h e 22h, que concentra 28,9% dos casos. A explicação para o grande número de roubos também é geográfica. “É uma avenida que liga o Grande ABC a São Paulo, e por isso acaba sendo um corredor de fuga”, disse o delegado.

A mesma situação acontece com a avenida Presidente Costa e Silva, no Parque Capuava, que registrou 16 assaltos. Concentrações de estabelecimentos comerciais e supermercados atraem o crime. Um exemplo disso é a avenida Pereira Barreto, que registrou 29 ocorrências no período.

Em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, as ocorrências concentram-se nas áreas centrais, por causa do maior fluxo de veículos e pessoas. A avenida Comendador Wolthers, em Mauá, liderou a incidência dos roubos no último trimestre: 12 casos, a maioria entre 20h e 22h.

Nesses quatro municípios, o mapeamento é realizado pela Delegacia Seccional de Santo André. Desde junho de 2000, está em funcionamento o Centro de Análise Criminal do GPI (Grupo de Planejamento Integrado), que trabalha em conjunto com a Polícia Militar. Ao todo, já são 80 mil boletins de ocorrência cadastrados e analisados. “Com esse mapeamento, em um ano reduzimos em 25% o índice de roubo de carros e, na comparação de setembro com agosto, a redução foi de 20%”, disse o delegado.

S.Bernardo – O mesmo controle é realizado pela Delegacia Seccional de São Bernardo, que faz o mapeamento de todos os tipos de crimes na cidade e em São Caetano. Nas ocorrências de roubo de veículos, a avenida Pereira Barreto, em São Bernardo, liderou entre janeiro e outubro deste ano, com 16 casos. O índice é explicado pela grande movimentação local na área central. “São muitos supermercados, tráfego enorme de veículos e muitos semáforos”, explicou o delegado seccional Mário Jordão Toledo Leme. Segundo ele, a região central é a mais visada da cidade, entre 20h e 23h .

Em São Caetano, a incidência é menor, mas também concentra-se na área central, em avenidas como dos Estados, Goiás e Guido Aliberti.

Diadema– Segundo o delegado seccional de Diadema, Reinaldo Corrêa, o roubo de veículos não é elevado em comparação com outros tipos de crimes. “Mas onde se registra um número maior (de roubos) é nas avenidas centrais, porque são corredores de tráfego com muitos semáforos e comércio”, disse. A Seccional de Diadema faz seu mapeamento desde fins de 1999, já tendo cadastrado cerca de 40 mil boletins. Corrêa alegou uma atualização nos números para não fornecê-los. “Com esse trabalho, conseguimos uma queda de 22% no ano passado, em relação a 2000, nas ocorrências de roubo de veículos e já temos redução de 23% sobre o ano passado”, disse.

Os números são altos, mas a polícia argumenta que seria ainda pior se não houvesse o levantamento. Segundo o delegado seccional de São Bernardo, com o mapa nas mãos é possível colocar carros frios da polícia em cruzamentos para tentar fazer flagrantes de assaltos. Segundo Jordão, policiais à paisana armam campana nos locais de maior incidência de roubo e conseguem inibir parte dos crimes.




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