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Senador promete, mas não apresenta provas contra Dirceu
Por Do Diário OnLine
03/03/2004 | 00:52
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O senador Almeida Lima (PDT-SE), que havia prometido apresentar indícios "mais do que veementes" do envolvimento do ministro José Dirceu (Casa Civil) com o caso Waldomiro Diniz, fez um discurso vazio na tribuna do Senado, nesta terça-feira, e acabou tornando-se alvo de severas críticas por parte de parlamentares da base governista.

Durante toda a manhã o clima foi de apreensão no Congresso Nacional, à espera das supostas denúncias 'bombásticas' contra Dirceu. O mercado financeiro também foi vítima do clima de suspense montado por Almeida Lima — a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a cair mais de 2% e o dólar ultrapassou a casa de R$ 2,92.

Quando subiu à tribuna do Senado para apresentar o que seriam provas contra Dirceu, porém, veio a surpresa: o senador leu trechos de um relatório de 30 de julho de 2003 feito por um delegado da Polícia Federal, que por sua vez citava como fonte algumas reportagens de jornais cariocas sobre Waldomiro Diniz. Todas as informações já haviam sido amplamente divulgadas pela imprensa.

Imediatamente, começaram os ataques dos parlamentares aliados ao governo contra Almeida Lima. "O que aconteceu hoje nesse plenário é algo tão ridículo, tão absurdo, tão fora de propósito, que nós só podemos lamentar e colocar de forma muito clara que até a irresponsabilidade tem limite", afirmou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), por sua vez, ironizou o 'papelão' protagonizado por Almeida Lima, dizendo que o parlamentar "merecia uma estátua porque foi o primeiro a defender o ministro José Dirceu no Senado". "Foi o primeiro a defender porque trouxe fatos inverídicos, fatos não comprovados", acrescentou.

Visivelmente irritado, o líder do governo na Casa, Aloízio Mercadante (PT-SP), também foi dono de um dos discursos mais acalorados contra a atitude de Almeida Lima. "O ministro José Dirceu tem 40 anos de luta e de história. Na juventude, ele estava lutando contra a ditadura, expondo a sua vida. Foi perseguido, exilado. Viveu na clandestinidade para sobreviver. Eu convivo com ele há 24 anos. Não admito que alguém faça uma acusação com esse nível de superficialidade", defendeu.




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