Lula acusou os Estados Unidos de fazerem "aberração de diplomacia" ao aprovar subsídios para o setor agrícola. Ele defendeu que o governo entre com uma ação da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos. "Os EUA acabam de fazer um aberração de diplomacia e de comércio exterior ao aprovar R$ 196 bilhões para 8 anos para subsidiar a agricultura. O Brasil precisa procurar a OMC para brigar contra essa política de comércio exterior desigual", afirmou.
Em entrevista à Rádio CBN, o petista defendeu a redução da taxa básica de juros para tornar as empresas brasileiras mais competitivas no exterior. Quando questionado se vai manter a autonomia do BC em relação à definição dos juros, Lula afirmou que pode abrir espaço para outros setores da sociedade ajudar a definir o rumo da Selic.
Quanto à inflação, o presidente de honra do PT afirmou ser favorável a manter o índice o mais baixo possível. Segundo ele, se a inflação for alta, "quem paga o pato é a classe mais baixa da população". Para ele, o percentual de inflação aceitável é entre 1% e 2%.
Já em relação às alíquotas do Imposto de Renda, o petista defendeu uma cobrança escalonada e classificou os atuais índices como "um crime contra o trabalhador". "A minha proposta é não penalizar tanto grande parte dos trabalhadores que pagam honestamente porque têm o imposto descontado de sua fonte", afirmou.
Apesar de não ter definido quais alíquotas defende para cada faixa salarial, Lula disse que a idéia seria isentar os trabalhadores que recebem até R$ 1 mil, cobrar 5% dos que recebem até R$ 2 mil. Acima desses valores, os índices subiriam sucessivamente, para que os que recebem, por exemplo, R$ 50 mil não paguem o mesmo dos que têm salário de R$ 5 mil.
Quanto à reforma tributária, Lula lembrou seu discurso em palestra na Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e voltou a dizer que mudanças na cobrança de impostos será prioridade no seu primeiro ano de gestão caso seja eleito. Para Lula, a reforma ainda não foi feita porque cada empresário defende alterações que não prejudiquem seus negócios.
Em relação à reforma agrária, Lula defendeu a criação de um Fórum Nacional com participação dos trabalhadores, governo e empresários. "Serei o governo dos grandes acordos", prometeu. "A reforma agrária não é uma questão de violência, de enfrentamento. É de justiça social. O Brasil tem muita terra que deve ser negociada com a Contag, com os sem-terra, sem violência", afirmou.
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