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Em São Caetano, Palácio evita discurso de opositor
Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
20/11/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Um dos apoiadores mais presentes e fiéis à campanha derrotada da ex-prefeiturável governista de São Caetano, Regina Maura Zetone (PTB), o vereador Fábio Palácio (PR) tem evitado discurso de futuro líder de oposição. O republicano adota postura neutra no momento em que o prefeito eleito, Paulo Pinheiro (PMDB), costura apoios no Legislativo.

A coligação proporcional que deu base à petebista elegeu 15 dos 19 parlamentares. Carente de um líder, os vereadores começam a dialogar com o próximo governo e tendem a compor bancada governista. Visto como líder opositor natural, Palácio disse que "irá trabalhar pela cidade" e não atrapalhará o mandato do PMDB.

Palácio acompanhou Regina na corrida pelo Paço quase que diariamente e foi responsável por diversas reuniões com populares e setores organizados da sociedade civil. Entre a gama de aliados de Pinheiro, o republicano é visto como inimigo por ter atuado de maneira "agressiva" durante a corrida eleitoral. A relação azedou ainda mais porque ele chegou a ser assediado para compor a vice do peemedebista e acabou fechando com a indicada do prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

Outro ponto que lhe deu moral com o grupo governista foi o desempenho eleitoral. Em 2008, quando retornou ao Legislativo depois de ter perdido a eleição de 2004, obteve 1.536 votos e foi o último a garantir cadeira. Já neste ano, chegou a 2.396 sufrágios, sendo o segundo mais votado.

Palácio já atuou como opositor durante o último mandato do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004). À época o então PL lançou Iliomar Daronqui candidato a prefeito contra Auricchio. Pinheiro disse representar a política populista do ex-prefeito e, inclusive, conta com alguns ex-aliados do tortorelismo em seu apoio.

Movimentação - Em meados de outubro, Auricchio reuniu os aliados eleitos e sinalizou, de maneira sutil, intenção em manter grupo unido. Petebista e republicano conversaram em particular por cerca de uma hora após o encontro. Depois do episódio, Palácio se debruçou em auxiliar o prefeito eleito de Diadema, Lauro Michels (PV), que disputava o segundo turno, e deixou São Caetano em segundo plano. O verde ganhou o reforço do deputado estadual Orlando Morando (PSDB) para desbancar os 30 anos de gestões petistas em Diadema.

Quase um mês depois da sinalização Auricchio tornou a se encontrar com aliados e mudou o discurso. Deu carta branca para que seus "soldados" na campanha eleitoral buscassem espaço na administração de Paulo Pinheiro.

Sem base de apoio, o petebista está em negociação avançada para se transferir ao PSB. A sigla oferece atrativos melhores do que o PTB caso ele se candidate a deputado estadual. O quociente eleitoral dos socialistas tem se mostrado mais baixo do que os dos petebistas em relação aos últimos pleitos.




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