Independentemente de acertarem ou não, afinal gosto não se discute, os designers da Citroën, definitivamente, não têm medo de ousar. Desde que a marca por aqui chegou, alguns foram os veículos que fugiram da chata mesmice para mexer com o imaginário daqueles que gostam de automóveis. Quem não se lembra do C4 VTR, ou mesmo do Xsara Picasso? No entanto, quem tem roubado a cena desde julho em nome da marca francesa é o tal do DS3, que parte de R$ 79,9 mil.

O visual é um de seus pontos fortes. O Citroën é bonito - não dá para negar. A dianteira do bólido equipado com motor 1.6 turbo de 165 cv e 24,5 mkgf de torque (câmbio manual de seis velocidades) chama a atenção pela ampla grade dianteira, contornada com friso cromado e que engloba o símbolo da Citroën. Nas extremidades do para-choque dianteiro, luzes de LED diurnas conferem personalidade ao DS3, que tem olhar de poucos amigos em virtude dos amplos faróis dianteiros, que se fundem com leve vinco no capô.

A lateral tem linha de cintura alta e é completamente lisa, com friso no rodapé. Destaque para o detalhe da coluna B, que faz interessante mistura com a área envidraçada. Diante de todas as ousadias pontuais, a traseira é a parte mais sóbria do modelo, com conjunto óptico quadrado e logotipo DS3 no centro da tampa do porta-malas e que poucos conseguem entender - não foram poucos os que perguntaram: "que carro é este?"

E seguindo o conceito dos veículos da Mini e mesmo da Land Rover, como o Evoque, a Citroën permite que o comprador ‘construa' o DS3. São oito possibilidades de cores, sete customizações de teto, quatro cores de manoplas do câmbio, cinco opções de cor para o painel e duas opções de tecido dos bancos - além do couro, que é opcional e custa R$ 2.900.

INTERIOR

O design do interior é menos arrojado que o visual externo. O painel de instrumentos, por exemplo, utiliza velocímetro (central) e conta-giros analógicos, enquanto o marcado do nível de combustível é digital.

O volante de base achatada - detalhe inspirado nos carros de competição - tem boa empunhadura, mas poderia ser menor, sugerindo maior esportividade. O detalhe em plástico na metade de baixo também poderia ser repensado.

Características que não escondem o fato de o DS3 ser um Citroën é o computador de bordo e o sistema de som, que lembram demais o C4 Pallas, C3, entre outros, especialmente pela iluminação alaranjada - algo um pouco ultrapassado.

Entre os itens de série, destaque para direção hidráulica, ar-condicionado, rodas de liga leve de 17 polegadas, air bags frontais, laterais e tipo cortina, sensor crepuscular e controlador de velocidade.

Diversão garantida ao volante

O Citroën DS3 é bonito, mas para quem gosta de automóvel, o mais importante é a diversão que o modelo proporciona ao motorista. E olha que é bastante...

A principal atração do francês está sob o capô. Trata-se do motor 1.6 THP (Turbo High Pressure), que gera 165 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 24,5 mkgf a partir de 1.400 giros, o que garante agilidade nas arrancadas e vigor de sobra nas retomadas.

A partir da terceira marcha, o Overbooster entra em ação, aumentando a pressão do turbo e tornando o bólido ainda mais divertido - para quem gosta de ouvir o zunido do turbo, basta abrir a janela.

Por falar em marcha, a transmissão de seis velocidades revela excelente sintonia com o propulsor. Os engates também são precisos e curtos, como uma condução esportiva pede.

O ajuste da suspensão consegue mesclar conforto com rigidez. Porém, para a proposta do veículo, um pouco mais de firmeza tornaria o DS3 ainda mais agradável ao volante.

Boa notícia para a eletrônica presente, especialmente para os controles de estabilidade e tração.