A Nissan apresentou em fevereiro a Frontier 2013. Fabricada em São José dos Pinhais (PR), a bruta não trouxe novidade no design. Fez apenas ajustes nas versões, deu um tapa no custo-benefício e passou a ser equipada com novo motor 2.5 16V turbo (diesel) de 190 cv, mantendo o cinturão de picape média mais potente do País.

Meses depois, e após longo período de preparação, a Ford traz para o Brasil a nova Ranger, equipada com motor 3.2 20V turbo (diesel) de 200 cv de potência, destronando a Nissan. Porém, fica a pergunta: será que as diferenças entre as duas se limitam a 10 cv? Para responder esta pergunta, o Diário colocou frente a frente no ringue as versões topo de linha das picapes.

1º ROUND - PREÇO

Logo de cara, a Frontier LE Attack 4x4 é quem acerta o primeiro direto no queixo da Ranger Limited. Com preço de R$ 123.890, ela é R$ 7.010 mais em conta que a rival (R$ 130,9 mil) feita na Argentina.

O contragolpe da Ford, no entanto, é rápido, violento e vem na forma de equipamentos de série. Enquanto a Nissan aposta no básico - ar-condicionado, air bag duplo, bancos em couro, direção hidráulica, faróis de neblina, freios ABS e rádio CD Player com MP3 -, a Ranger vai além oferecendo ar-condicionado digital de duas zonas, air bag frontal, lateral e tipo cortina, sensor de estacionamento, sistema de navegação, câmera de ré, computador de bordo e controles de estabilidade e tração.

2º ROUND - CONFORTO

Rodar na Ranger é mais agradável - e confortável - que na Frontier. Com oito ajustes elétricos do banco - na Nissan são manuais - , é fácil achar a melhor posição ao volante. Falta, porém, regulagem de profundidade da coluna de direção, assim como na representante da Nissan.

No banco traseiro, a Ranger trata melhor os passageiros graças à melhor inclinação do encosto do banco.

3º ROUND - DESIGN

Ao soar o gongo para o round de design, a Ranger acerta alguns jabs por apresentar projeto mais moderno e imponente que a Frontier, que tem a mesma cara há anos.

O interior revela um dos pontos fracos da picape da Nissan. Apesar de as peças serem de qualidade e os encaixes corretos, o visual do console central e do painel de instrumentos não agrega requinte e remete a algo mais simples. A Ranger, por sua vez, traz modernidade e certo luxo.

4º ROUND - DESEMPENHO

Após encaixar bons golpes, a Ranger mostra saúde para nocautear a adversária. E força para isso a representante da Ford tem, graças ao moderno motor de cinco cilindros 3.2 20V turbo (diesel), que gera 200 cv de potência e torque máximo de 47,9 mkgf disponíveis a 1.750 rpm, e que trabalha muito bem com a transmissão automática de seis velocidades. As acelerações e retomadas são boas,

A Frontier traz o bom propulsor de quatro cilindros 2.5 16V turbo (diesel) de 190 cv e torque de 45,8 mkgf a 2.000 rpm. O câmbio de cinco velocidades também vai bem, mas não tanto quanto o da Ford. Ponto negativo para a suspensão da Frontier, que adota ajuste menos rígido que o da Ranger.

As duas picapes utilizam o cômodo seletor eletrônico para fazer as mudanças das trações: 4x2, 4x4 e reduzida.

E antes de a luta acabar, a Frontier tenta um último ataque, com a capacidade de carga de 1.005 quilos. No entanto, o golpe pega na guarda da Ranger, que leva 1.002 quilos.

VEREDICTO

Por nocaute técnico, a nova Ranger vence o duelo entre as picapes médias mais potentes. Apesar de custar R$ 7.010 mais, a representante da Ford é mais moderna, equipada e tem melhor desempenho. À Nissan resta promover melhorias na Frontier, especialmente no visual e nos itens de série.