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Internet traz opção de remédios mais baratos e idosos aproveitam

Numa única prescrição de antibiótico, o preço pode variar 411% em diferentes redes

Por Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
22/01/2014 | 07:07
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A aposentada paulistana Magda Barbato, 67 anos, é diabética e toma regularmente três remédios que, somados, custam cerca de R$ 60. Seu gasto mensal aumenta em torno de R$ 100 por causa das seringas para aplicar a insulina. Mas, nos últimos dias, seu orçamento com remédios sofreu um baque por conta de problema no canal lacrimal. “Fui ao médico e ele receitou 14 dias de antibiótico para tomar a cada seis horas”, conta Magda. Como eram 56 comprimidos, ela iniciou via-sacra para orçar nas farmácias. “Na lojas físicas, estava em torno de R$ 230. Resolvi então ver na internet e descobri que era possível gastar só R$ 45”, revela a aposentada, que não pode usar o serviço de entrega do site para essa compra porque antibióticos ficam com a receita retida. “Mas, diante dessa economia de 411%, ir até a loja física não foi sacrifício. Para remédio de uso contínuo, quase todo mundo pesquisa. Mas, para situações pontuais, muitos se apressam em comprar na primeira farmácia que veem.”

A compra sem pesquisa ocorre quando se tem verba disponível. Quando não há dinheiro, muita gente acaba deixando o tratamento de lado. Mas, dessa situação dramática, surge oportunidade de negócio. “O conceito da Ultrafarma é permitir que as pessoas consigam aviar suas receitas e efetivamente se tratar”, diz o diretor Hermínio Tavares. “Nas lojas físicas sempre seguimos estratégias de baixar margens de lucro para volumes maiores. Com o formato virtual, reduzimos os custos de operação e ampliamos o alcance, e a estratégia ganhou escala”, revela o diretor da rede, que em genéricos e similares consegue passar de 90% de desconto em relação aos preços de mercado. Hoje, 45% das vendas ocorrem pela internet e 25% pelo televendas. “Nossa surpresa foi constatar que os idosos são grandes usuários da internet. Mesmo os que não sabem operar, pedem para alguém fazer os pedidos deles”, diz.

A habilidade de usar a web salvou a pensionista Cleide Dionísio, 47 anos, de Santo André, que não estava dando conta de comprar o remédio para diabetes. “Pesquisei na internet, entrei em contato com o laboratório e eles me deram carteirinha que me concede 50% de desconto em uma grande rede de farmácias.”

Para quem ainda não é hábil com computadores e mora na região, a farmácia da Coop é uma das alternativas mais escolhidas. “A precificação do medicamento depende da estratégia de cada varejo. A Coop busca sempre as melhores negociações com seus parceiros”, diz a responsável Rosângela Prado. “Normalmente, quando o paciente irá fazer tratamento específico, ele pesquisa o preço. Os de uso contínuo ele conhece o preço de cada ponto de venda.”

A aposentada andreense Yacy Bento, 76 anos, periodicamente vai à farmácia da Coop para comprar remédios como calmante e para tireoide. “Lá é mais barato e, ainda assim, gasto todos os meses R$ 60. Se tiver dor de cabeça ou estômago, o gasto aumenta.” O montante responde por cerca de 10% do seu benefício. Geralmente, 30% são desembolsados com medicamentos.
(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)
 




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