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Santo André tem suspeita
de morte por gripe suína

Paciente morreu com sintomas da doença no PA da Vila
Luzita; Secretaria da Saúde coletou exames para avaliação

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
27/07/2012 | 07:00
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O Grande ABC registrou a primeira suspeita demorte por gripe suína do ano. O paciente José Roberto Felício, 47 anos, morreu quarta-feira no Pronto Atendimento da Vila Luzita, em Santo André, depois de três dias internado.

A Secretaria da Saúde da cidade coletou exames para avaliação no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Capital. O resultado dirá se houve contaminação pelo H1N1.

Segundo familiares, a vítima tinha febre alta, dores no corpo, na garganta e contínua crise de tosse. Em duas semanas, Felício procurou ajuda médica cinco vezes no PA. Os primeiros sintomas começaram a aparecer no início do mês.

Com o passar dos dias, o quadro de saúde piorou. Segundo a família, os médicos não ofereceram atendimento adequado nas seguidas vezes em que o paciente recorreu ao PA. Antes de falecer, recebeu o diagnóstico de pneumonia. Quatro médicos receitaram analgésicos para dor e febre, anti-inflamatórios e xaropes.

Familiares disseram que um dos médicos que acompanhou o caso praticamente confirmou o diagnóstico de gripe suína. O paciente soube um dia antes de morrer. "O clínico geral disse que tinha 99% de certeza que era o vírus H1N1 e que seria preciso apenas esperar o resultado do exame. No último dia, meu tio foi isolado", afirmou Débora Nascimento, 29, sobrinha da vítima.

O tratamento com tamiflu, medicamento que combate a Influenza, foi iniciado, mas não pôde ser concluído. 
Revoltados, parentes reclamam da falta de atenção dos médicos. "No atestado de óbito, consta como causa da morte a pneumonia", afirmou a sobrinha. "Se fosse isso mesmo, por que lacrariam o caixão? Ninguém soube explicar o motivo. É muito despreparo", desabafou. A vítima foi enterrada ontem à tarde no Cemitério do Curuçá, em Santo André.

A Prefeitura afirma que Felício não apresentou evidências para diagnóstico da gripe suína. Um dos sintomas característicos, a febre alta, em nenhuma das vezes foi constatada, tampouco durante a internação, momento em que houve piora do quadro clínico. Na quarta-feira, o paciente entrou em estafa respiratória com posterior parada cardiorrespiratória.

Vírus H1N1  causou 29 mortes no Estado em 2012

O balanço divulgado na quarta-feira pela Secretaria de Estado da Saúde mostra que 29 pessoas morreram e 146 foram internadas pela doença entre 1º de janeiro e 13 de julho deste ano em todo Estado.

A secretaria recomenda que, além da vacinação para os grupos considerados prioritários, é preciso reforçar medidas de higiene, cobrir a boca ao tossir e espirrar, além de ficar em locais mais arejados e evitar lugares aglomerados.

O Estado informou que não há qualquer anormalidade epidemiológica no Estado em relação à gripe A (H1N1), e que a secretaria tem seguido as diretrizes do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde) em relação ao controle da doença. "Por se tratar de uma gripe comum, a imensa maioria das pessoas que contrai a gripe influenza A (H1N1) nem sequer chega a procurar auxílio médico e somente os casos agudos, que evoluem para a síndrome respiratória grave, é que são notificados", diz a nota. O Rio Grande do Sul é o Estado que mais registrou óbitos neste ano em decorrência do vírus: foram 47 até agora.

Em 2009, o Estado de São Paulo registrou 12 mil casos e 578 óbitos por gripe suína. No Grande ABC, foram cerca de 700, sendo 50 mortes. No ano seguinte o número caiu para 89 casos e 15 óbitos no Estado e apenas um no Grande ABC, em São Bernardo.




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