Setecidades Titulo Santo André
Polícia desmantela bando que vendia consórcio falso

Seis pessoas foram detidas acusadas de aplicar golpe do sonho da casa própria

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
26/07/2012 | 07:00
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Quadrilha que vendia cotas contempladas em consórcios para a compra da casa própria foi desmantelada por policiais civis do 1º DP (Centro) de Santo André na tarde de ontem. São mais de 40 vítimas, por enquanto, a registrar queixa contra seus representantes.

Com sede no Centro Comercial da Avenida Pereira Barreto, no bairro Paraíso, a empresa Multcom Representações Ltda. prometia, por meio de pagamento extra, liberar a carta de crédito aos interessados em apenas três meses. O preço variava de acordo com o valor do imóvel. Residência de R$ 200 mil, por exemplo, rendia R$ 8.000 aos bolsos do bando.

Após esse período, sem o sonho de moradia realizado, os compradores encontravam celulares desligados, e-mails sem respostas e promessas e desculpas ao irem pessoalmente ao local. As vítimas sequer conseguiram a carta de crédito após a conclusão do pagamento das 72 parcelas do consórcio.

Segundo o delegado Lupércio Antônio Dimov, o bando atuava há dois anos e revendia casas em toda a Grande São Paulo e também no interior, em cidades como Jundiaí, Marília e São José do Rio Preto. "Trata-se de algo grande", disse.

Foram três meses de investigação desde que a primeira das 25 vítimas procurou a delegacia. Após o anúncio da prisão, outras 12 pessoas procuraram a polícia e reconheceram o bando. O número pode aumentar ainda mais após a conclusão da perícia dos notebooks e computadores apreendidos. "Vamos levantar tudo com calma, identificar todas as pessoas que foram lesadas. Precisamos saber direito com o que estamos lidando", garantiu o delegado.

Seis pessoas foram presas. Os diretores Peterson Franco de Moraes, 30 anos, e Laércio Ferreira da Cruz, 56, além dos vendedores, André Luiz Mesquita, 37, João dos Santos Neto, 62, Edílson Nobre de Sousa, 37, e Gérson Molero de Oliveira, 49. Os quatro últimos já tinham passagens anteriores pela polícia por formação de quadrilha e estelionato, os mesmos crimes pelo qual foram autuados ontem.

Se no momento é inviável calcular quanto a quadrilha faturou com o golpe, a polícia tem uma ideia por meio dos carros apreendidos, todos voltados para o público de alto poder aquisitivo, como Captiva e Montana.

"A investigação foi proveitosa no sentido de que o inquérito foi apurado com todos os detalhes necessários", afirmou Dimov. "Consórcio de imóvel só pode ser possível por lote ou sorteio. Não é permitido qualquer tipo de facilitação. Toda a delegacia se empenhou para esse resultado."




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