O promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de Santo André Fábio Luiz Rossi obteve a paralisação da obra no cine teatro Carlos Gomes, no Centro da cidade. A reforma do patrimônio tombado, cujo projeto não tem aprovação do Condephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), ficará suspensa, inicialmente, por ao menos 30 dias.

A medida foi possível graças a acordo assinado na tarde de ontem entre promotoria e Prefeitura. Foram concedidos dez dias para que os representantes presentes à reunião no Fórum, entre eles vereadores, o secretário de Cultura e presidente do conselho Carlos Roberto Panini e a professora de Direito Ambiental e Urbanístico da UFABC (Universidade Federal do ABC) Silvia Passarelli, prestem os esclarecimentos necessários sobre a intervenção.

A reforma é realizada desde dezembro e já demoliu a fachada do edifício, parte do teto, além de remover a estrela de gesso símbolo do Carlos Gomes.

Neste prazo haverá também vistoria técnica no local para analisar o andamento das obras no imóvel tombado, que será acompanhada pela professora Silvia. O responsável será o especialista em restauro Júlio de Morais. A vistoria ainda não tem data para ocorrer.

Para o Movimento SOS Carlos Gomes, que se reuniu ontem no plenarinho da Câmara, a decisão do Ministério Público foi uma pequena vitória, mas é preciso continuar lutando para salvar o cine teatro. "Vamos aguardar o parecer técnico e mesmo a análise da professora Silvia antes de pensar nos próximos passos", destacou o docente de História da UniABC Renato Dotta, integrante do grupo.

Essa é a terceira reforma no cine teatro, que chega ao seu centenário neste ano.