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Paixão e dedicação à arte de ensinar

No Dia Nacional da Educação, professores falam dos desafios e recompensas profissionais

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
28/04/2012 | 07:00
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Apesar de todas as dificuldades em torno do processo educacional brasileiro, a tarefa de ensinar ainda mobiliza pessoas apaixonadas pela profissão. No Dia Nacional da Educação, comemorado hoje, educadores ressaltam a importância dos professores para a sociedade e a luta para democratizar o acesso ao conhecimento.

Cerca de 26 mil professores lecionam em escolas públicas do Grande ABC atualmente, sendo 14 mil na rede estadual e 12 mil em instituições de ensino municipal.

A união das educadoras Rosemary Rinaldi de Campos Calou, 61 anos, e Maria Carolina de Campos Calou Mattei, 34, ultrapassa os limites da profissão escolhida. Atualmente, mãe e filha compartilham bem mais do que informações sobre a vida familiar, já que trabalham na rede municipal de ensino de São Caetano e são, uma para outra, ponto de apoio e referência profissional.

Rose, como Rosemary é carinhosamente chamada, dá aula para estudantes do Ensino Fundamental na Emeief Ângelo Rafael Pelegrino e ingressou na profissão há cerca de 25 anos. Inspirada na mãe desde criança, quando decidiu que queria ser professora, Maria Carolina trabalha a 600 metros de distância, na Emei Irineu da Silva, e leciona para crianças matriculadas no Ensino Infantil faz dois anos. "Sempre observei a dedicação e entusiasmo da minha mãe com a profissão. Isso me cativou bastante", comenta Maria Carolina.

Embora o pai tenha escolhido a profissão que Rose seguiria, o amor pelo ensino nasceu e prosperou. Das três filhas, Maria Carolina foi a única a seguir os passos da mãe. Sempre foi incentivada. "Quando comecei a dar aula a Carol estudava aqui (Emeief Ângelo Rafael Pelegrino). A cena de nós duas de mãos dadas entrando pelo portão se repete com meu neto hoje", observa a orgulhosa avó.

Mesmo com as mudanças observadas ao longo dos anos, como inclusão da tecnologia no ensino e a desvalorização da figura do professor por parte da sociedade, mãe e filha sentem-se realizadas profissionalmente. Isso porque moram perto de casa e têm oportunidade de acompanhar o aprendizado dos filhos de Maria Carolina. O mais velho, com 5 anos, estuda na escola onde a avó leciona e a mais nova, com dois anos, na mesma instituição de ensino em que a mãe trabalha.

Rose se aposentará em no máximo três anos, mas deixa o legado para a filha e, quem sabe, neta. "A filha da Maria Carolina já veste meu avental e brinca de ensinar", comenta.


Para especialistas, valorização depende de investimento

O professor é visto por especialistas como figura essencial para o desenvolvimento do País e, no entanto, sofre com a desvalorização do seu trabalho, tanto por parte do poder público quanto da sociedade. Em média, o salário dos professores da rede pública do Grande ABC é de R$ 2.000.

Para a coordenadora do curso de Pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Maria Marcia Sigrist Malavasi, apenas o poder público tem capacidade de mudar essa realidade. "É preciso investir na valorização dos salários e condições de trabalho", observa.

Já a diretora regional do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) e presidente da Aesp(Associação das Escolas Particulares do ABC), Oswana Famelli, credita os problemas observados na Educação à má formação dos professores. "Estamos defasados, com currículo vicioso. É preciso acompanhar as mudanças de comportamento e tecnológicas."




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