Pela primeira vez no ano, as mulheres superaram os homens em emissão de cheques sem fundo. Segundo a pesquisa Perfil do Inadimplente, da Telecheque, o público feminino respondeu por 53% dos calotes em setembro e outubro, contra 47% dos homens. Na avaliação do estudo, o resultado se deve à maior inserção das mulheres no mercado de trabalho e, por conseqüência, na independência de escolha no momento de efetuar as compras.

O levantamento aponta que uma das causas para o crescimento da inadimplência entre mulheres é a preferência por pagamentos parcelados. De acordo com a Telecheque, apenas 44% do público feminino quita compras à vista, enquanto esse índice chega a 57% na escolha dos homens. O parcelamento em três vezes, por exemplo, é a opção preferida entre 24% delas. Para consumidores do sexo masculino esta é a terceira alternativa, com 16% das escolhas.

“As mulheres ampliam cada vez mais a participação como consumidoras no mercado, mas optam por pagar em parcelas. Esse fato contribui para o endividamento e amplia as possibilidades deste público se tornar inadimplente”, explica o vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes.

O descontrole financeiro lidera o ranking de justificativas para o calote, entre homens ou mulheres, segundo a pesquisa. Esse argumento é citado por 27% dos endividados, seguido de empréstimo de cheques para terceiros – o chamado empréstimo de nome – com 13% das respostas. Na terceira posição, 10% dos consumidores disseram que se esqueceram de pagar a dívida. Desemprego é resposta para 9% dos pesquisados.

“Os consumidores devem estar mais cautelosos em relação às compras nesse fim de ano, já que o mercado continua a oferecer grande quantidade de crédito e variedade de produtos. Além disso, o apelo comercial às vésperas do Natal é maior, o que pode contribuir para um novo descontrole financeiro”, diz Praxedes.