Setecidades Titulo Crime foi há seis meses
Decisão sobre caso de adolescente tatuado na testa deve sair em janeiro

Jovem de 17 anos já passou por cinco sessões de remoção da inscrição

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
22/12/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Seis meses após as inscrições ‘eu sou ladrão e vacilão’ terem sido gravadas na testa de um jovem de 17 anos, em São Bernardo, a expectativa é que a decisão da Justiça sobre o caso saia no próximo mês. O adolescente, que continua internado em clínica no Interior do Estado, deve passar pela sexta sessão de remoção da inscrição também em janeiro.

Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, 28 anos, e o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, permanecem presos na Penitenciária de Tremembé. Os dois foram detidos em 10 de junho, após vídeo que mostra a tatuagem sendo feita ter sido amplamente divulgado em redes sociais. O motivo do crime seria um suposto roubo de bicicleta, o que a vítima tem negado.

O advogado de defesa do tatuador, Marco Antonio dos Santos, tem expectativa de que, com base nos laudos, o cliente saia da prisão. “Foi uma lesão corporal leve, que não vai gerar deformidade permanente porque ele vai remover a tatuagem. Esperamos também a liberdade imediata. O Maycon é réu primário.”

O processo corre em segredo de Justiça. Conforme Santos, foram feitas duas audiências em relação ao caso e dois pedidos de liberdade provisória, sendo um deles pela antiga defesa. Ambos negados pela Justiça. “Quando é feito este pedido (habeas corpus), a sentença é protelada para avaliação. Então não vamos fazer novos (pedidos), mas aguardar a sentença de primeiro grau, que deve ser publicada após o recesso.”

Já para o coordenador da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) Ariel de Castro Alves, a expectativa é de condenação. Isso porque, mesmo após o tratamento, o jovem deve ficar com cicatrizes. “Este caso precisa ser exemplar, para evitar outras situações do tipo. Se ficarem impunes, vai estimular práticas como violência e linchamentos”, opinou.

O adolescente, que completa 18 anos em fevereiro, faz tratamento para vício de álcool e drogas em clínica particular. A equipe responsável pela remoção se desloca até o local para sessões mensais. A estimativa inicial era que o procedimento de laserterapia durasse de oito a dez sessões. Tudo foi doado. O Diário tentou contato com os familiares do jovem, porém, não obteve retorno. Eles se mudaram de São Bernardo para o Interior. A vaquinha on-line destinada à remoção da inscrição se converteu em ajuda financeira à família.
 




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