Economia Titulo Trabalho
Emprego formal na
região diminui 61%

Companhias geram saldo positivo de 1.704 vagas em
fevereiro; no mesmo período do ano passado foram 4.409

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/03/2012 | 07:00
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Capitaneada pelo setor de serviços, a geração de emprego com carteira assinada no Grande ABC encerrou fevereiro com saldo de 1.704 vagas. O resultado, embora positivo (o que não se via há três meses), é 61% menor do que o do mesmo mês no ano passado, quando foram contratados 4.409 trabalhadores.

Como janeiro foi um mês muito ruim para se arranjar emprego formal (o montante ficou negativo em 1.103 postos), o bimestre somou saldo de 601 ocupações na região. Na comparação com os dois primeiros meses de 2011, houve redução de 63,6% no total de postos de trabalho.

Na avaliação do diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos de Santo André, Dalmir Ribeiro, os números refletem o cenário ainda composto pelos altos estoques da indústria, formados ao longo do ano passado, pela enxurrada de importações, favorecidas pelo dólar barato - que na maior parte de 2011 se manteve na casa do R$ 1,60 e, agora, subiu para R$ 1,80 - e pela redução nas exportações - dificultadas pelo câmbio, que deixa o produto nacional mais caro lá fora.

"Cerca de 25% dos produtos industriais consumidos no Brasil são importados", afirma Ribeiro. "Ao comprar de fora, as empresas desativam as linhas de produção cuja margem de lucro é menor, e não oferecem vantagem em produzir aqui, demitem pessoas e reduzem o investimento."

Todos os setores, à exceção do comércio, que praticamente manteve as contratações, diminuíram e muito a oferta de vagas. A indústria foi o segmento com o pior desempenho. No primeiro bimestre acumulou saldo negativo de 1.573 postos, enquanto que em janeiro e fevereiro do ano passado, o montante era de 2.079. O resultado representa retração de 175%.

De fato, dados do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) apontam que a região perdeu 4.050 postos de trabalho (formais e informais) em um ano. Outra pesquisa, da Universidade Metodista, mostra que setor no Grande ABC perdeu 49.620 vagas de 1989 a 2009.

Mesmo o ramo dos serviços, responsável pela maior parte da abertura de vagas em fevereiro, com 1.895 oportunidades, nos dois primeiros meses do ano somou 2.027 ocupações, volume 53% inferior ao gerado no mesmo período em 2011, com 4.333 vagas.

Uma parte das atividades do setor caminha lado a lado com a indústria que, se vai bem, reflete nas contratações e, se recua, consequentemente também diminui a necessidade de profissionais. Podem estar relacionadas as áreas de tecnologia, telemarketing, logística, contabilidade, limpeza, segurança e financeiro - quase sempre terceirizados. Embora paguem salários menores, é o setor que ainda oferece maior número de vagas.

Prova disso é a oferta de postos nos centros públicos de emprego do Grande ABC, que dispõem de mais de 2.000 vagas toda semana, têm, em sua maioria, ocupações em serviços.

O emprego na construção civil reduziu um pouco o ritmo de crescimento e se acomodou um pouco frente aos dois primeiros meses do ano passado, com redução de 32%, e saldo de 293 ocupações.




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