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Pai do mangá
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
11/03/2012 | 07:00
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Quem é fã de mangá precisa saber que a infinidade de histórias e personagens existe por causa do trabalho de um artista: Osamu Tezuka. Nascido em 1928, foi responsável por revolucionar os quadrinhos japoneses após a Segunda Guerra Mundial.

Recebeu influência da obra do norte-americano Walt Disney e do Teatro de Takarazuka, que frequentava na infância com a mãe. Durante as apresentações - feitas por mulheres - Tezuka observava da plateia os olhos bem maquiados das atrizes, que pareciam grandes e brilhantes como estrelas. Mais tarde, isso contribuiu para que fizesse os olhões em suas criações, uma das características mais marcantes do estilo. Além dos traços dos desenhos, acrescentou mais ação às histórias e trouxe novos temas. Entre seus assuntos preferidos estavam a paz e o meio ambiente.

Em pouco tempo, ganhou a admiração de colegas desenhistas, que passaram a chamá-lo de Manga no Kamisama (deus dos quadrinhos japoneses). O artista morreu em 1989, aos 60 anos. Em 1994, um museu foi criado na cidade de Takarazuka, no Japão, para homenageá-lo.

 

As criações de Tezuka

Astro Boy surgiu no mangá, em 1951. Em 1963, ganhou versão animada para a TV, considerada o primeiro animê.

Kimba - O Leão Branco mostra a preocupação do artista com a natureza. O mangá é de 1954 e o animê foi criado em 1965.

Safiri é a protagonista de A Princesa e o Cavaleiro. Apareceu no mangá em 1952. O animê veio em 1967.

 

Saiba mais

Durante a Era Meiji - entre os séculos 19 e 20 -, o Japão se modernizou. Nessa época, o artista Rakuten Kitazawa passou a usar a palavra mangá. Assim, desenvolveu o estilo e as histórias baseadas na cultura do país.

Os primeiros mangás chegaram ao Brasil nas malas dos imigrantes japoneses, há cerca de 100 anos. Mas tornaram-se populares somente nos anos 1990, graças ao sucesso dos animês (animações), como Os Cavaleiros do Zodíaco.

 

Mistureba de personagens

Acredite: Mauricio de Sousa foi grande amigo de Osamu Tezuka. Conheceram-se no início dos anos 1980, quando o artista japonês veio para o Brasil. Logo perceberam ter muitas coisas em comum. "Ele se queixava que trabalhava demais. Era muito metódico e disciplinado", diz o quadrinista brasileiro.

Em 1989, pouco antes de Tezuka morrer, os dois pensaram em criar uma história que unisse seus personagens. Somente agora, 23 anos depois, Mauricio conseguiu concretizar o sonho. Em Tesouro Verde - Parte 1 (Panini, 132 págs., R$ 7,50), a Turma da Mônica Jovem recebe a ajuda do menino-robô Astro Boy, da princesa disfarçada de garoto Safiri e do leão branco Kimba para combater as atividades de madeireiros ilegais na Amazônia.

Segundo Mauricio, as obras de Tezuka ainda são desconhecidas pela nova geração. Ele espera que a novidade desperte o interesse da galera em saber mais sobre o pai dos mangás.

 

Tem novidade pintando no pedaço

Quem é fã da Turma da Mônica pode se preparar. Segundo Mauricio, 2012 será cheio de novidades. Até a metade do ano, pretende lançar a revistinha do Chico Moço. Cascão teen pode ganhar edição especial no segundo semestre. Em breve, o jogador Neymar também deve ir para os quadrinhos. Além de livros e games, estão previstas novas animações para a TV e internet. E certamente não vai parar por aí. "A gente não sabe quando vai ficar maluquinho e inventar uma coisa nova", afirma o artista.

 

Consultoria de Sonia Maria Bibe Luyten, pesquisadora de Histórias em Quadrinhos e Cultura Pop Japonesa. Morou no Japão, onde conheceu pessoalmente Osamu Tezuka.




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