Economia Titulo Turismo
Turista brasileiro
lidera gastos no Chile

País divide posição com a Alemanha e vira foco do governo
vizinho devido à ascensão econômica e potencial de mercado

Vinicius Gorczeski
Do Diário do Grande ABC
22/02/2012 | 07:09
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Apesar de o público brasileiro ainda representar tímidos 3% entre os turistas estrangeiros no Chile, nós, tupiniquins, somos a prioridade do Ministério de Economia, Fomento e Turismo dos vizinhos latino-americanos. “São o maior potencial de mercado, juntamente com os alemães”, garante a diretora regional de turismo para a seção de Magallanes e Antártica chilena, Andrea Téllez.

O foco se justifica porque o brasileiro é bom consumidor. Desembolsa US$ 130 diários no Chile, atualmente. É o mesmo que debitam por dia os alemães. Ambos lideram o ranking de gastos diários, segundo Andrea.

O sorriso do governo chileno conosco se deve a dois pilares. O primeiro deles: a ascensão social e econômica permitiu que o brasileiro saísse de sua terra natal para aproveitar o mundo. E tem anotado na agenda de viagens com mais frequência o Chile.

O outro motivo vem de fora: a crise econômica, que deixou em bancarrota as economias europeias e norte-americana, deixando seus turistas cautelosos e avessos a gastos não essenciais, também fez com que o governo chileno repensasse as prioridades entre seus visitantes. Europa e Estados Unidos lideram no ranking de visitantes, mas o número tem caído por conta do cenário econômico atual.

Somente entre 2010 e o ano passado, houve crescimento de 40,5% no número de turistas brasileiros no país vizinho – 328.274 viajantes aportaram no Chile em 2011.

Para Andrea, a característica das paisagens – como fantásticas geleiras no Sul do país, na Patagônia chilena –, com seus pinguins e elefantes-marinhos, fazem brilhar os olhos dos turistas. “Estão vindo mais para o Chile por causa da neve. Também há uma riqueza histórica muito importante. Os turistas buscam a experiência de se estar no fim do mundo”, cita Andrea como exemplo, referindo-se ao Cabo de Hornos, nomeado como tal por ser o lugar mais austral do continente – mais próximo da Antártica.

Hoje, as visitas à região de Magallanes representam 3% do Produto Interno Bruto de Turismo – cerca de US$ 120 milhões anuais –, sendo que esse segmento da economia corresponde a 7% de toda a produção de riquezas nacionais do Chile.

O jornalista viajou a convite do Serviço Nacional de Turismo do Chile

País investe em programas para atrair tupiniquins

O governo chileno lançou recentemente empreitada a fim de concretizar o desejo de levar mais turistas brasileiros ao Chile. O programa, entre outros, busca conscientizar o comércio e o serviço sobre a importância em atender bem os visitantes.

Outra frente de ação é intensificar a sondagem a agências de viagem brasileiras para aumentar a participação de regiões consideradas fantásticas no cardápio turístico. Entre elas, a Patagônia Chilena, ilha de Navarino, Antártica, Terra do Fogo e Torres del Paine – esse que é um dos maiores parques florestais do mundo.

Em outubro, foi anunciada a liberação de US$ 24 milhões (R$ 41 milhões) para investimentos nesses projetos de divulgação. “A ideia é trazer também visitantes de outros países da América Latina, como Colômbia, México, Argentina. Os turistas mais representativos e tradicionais foram fortemente afetados pela crise. Queremos que nossos vizinhos conheçam melhor o Chile.” Andrea destaca que as fáceis conexões aéreas entre os dois países são outro facilitador do intercâmbio.

 




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