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Bolívia admite dificuldade em negociação com Petrobras
Da AFP
28/10/2006 | 14:59
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O novo contrato que o governo boliviano negocia com a Petrobras para adequar as operações da empresa brasileira à nacionalização dos hidrocarbonetos é algo "complexo, mas não impossível", disse neste sábado o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

"A negociação é complexa e difícil, mas não impossível", estimou Quintana ao exortar os executivos da Petrobras a compreender a atual conjuntura na Bolívia.

"Oxalá a Petrobras entenda, oxalá os executivos entendam que já não estão no reino das anomalias, que não estão diante de governos que renunciaram a seu patrimônio, a seus recursos naturais", disse Quintana, acrescentando que a Bolívia atravessa um novo ciclo histórico e político.

"Se querem ser sócios estratégicos a longo prazo, têm que se adaptar às fórmulas da negociação que estamos fazendo", destacou o ministro.

Quintana pediu paciência aos cidadãos e previu "boas notícias", como aconteceu na sexta-feira, quando o governo reformulou os contratos com a francesa Total e a americana Vintage.

Mais cedo, o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse que a negociação com a Petrobras prosseguirá até o último minuto do prazo estabelecido pelo decreto de nacionalização, à meia-noite deste sábado.

"Estamos em um processo de negociação com as grandes petroleiras e vamos prosseguir até o último minuto do prazo estabelecido no decreto de nacionalização. Até o momento, não há qualquer decisão definitiva em relação à Petrobras", revelou Villegas.

Os novos acordos visam consolidar o decreto de nacionalização, pelo qual as multinacionais petroleiras "ficam obrigadas a entregar a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) toda a produção de hidrocarbonetos".

A YPFB também assume plenamente a propriedade de todos os hidrocarbonetos produzidos na Bolívia, assim como sua comercialização, definindo as condições, volumes e preços, tanto para o mercado interno como para a exportação.

A Petrobras é a principal investidora na Bolívia e responsável pela exportação para o Brasil 26 milhões de metros cúbicos de gás por dia, volume que representa metade da demanda interna do país.

 



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