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Tucanos tentam 'driblar' Zé Augusto
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
25/10/2010 | 07:33
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O excesso de liderança do deputado estadual e presidente do PSDB de Diadema José Augusto da Silva Ramos tem dificultado o fortalecimento da oposição no município. Desde que candidatos a vereadores não eleitos em 2008, mas com votação expressiva abandonaram o barco tucano por projetos mais "livres" e "concretos", o dirigente da sigla viu seus soldados se afastarem.

Valmir Apolinário foi aliado do dirigente desde que ele foi prefeito pelo PT (1989-92). Recentemente ingressou no PRB, como assessor do vereador José Edmilson da Cruz, o pastor Edmilson (PRB). "Procurei ter liberdade e respaldo. Sou líder de comunidade e faço política, sou cobrado a toda hora por melhorias e o Zé Augusto não estava me dando esse respaldo", relatou Apolinário, que foi candidato a vereador pelo PSDB em 2008.

José Hudsomar Rodrigues Jardim, o Zé do Bloco e Lúcio Francisco de Araújo são outros dois nomes do partido que trocaram o PSDB pelo PV. Juntos somaram cerca de 4.200 votos como candidatos a vereadores. Ambos se aliaram a deputada estadual eleita e vereadora Regina Gonçalves (PV). "Eles não tiveram espaço no partido e precisam de um emprego, por enfrentar problemas financeiros", explica o vereador José Francisco Dourado.

A direção do PSDB está toda nas mãos de Zé Augusto: a sede é no próprio escritório político do deputado, integrantes da direção fazem parte da assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa. A lógica de decisões defendida por ele é que o político mais votado na cidade é o candidato a prefeito. Como é o candidato a cinco eleições seguidas, derrotado em todas, a votação de maior expressão ainda é dele. O tucano já avisou que não vai ceder e realizar o processo de prévias para escolha do próximo candidato, ação vista como necessária pela maioria no partido.

Os três vereadores da legenda pregam processo de reformulação e fortalecimento. Entre eles, Lauro Michels tenta liderar o processo e ser candidato a prefeito em 2012. "Quero somar com o Zé Augusto", avisou Michels. Mas o jovem parlamentar terá de enfrentar o poder do deputado. "Aceitaria compor chapa com o Zé Augusto, sem dúvida nenhuma", disse. "Conheço o Zé Augusto há 26 anos e sei que ele não vai abrir mão de ser candidato", avisou um ex-aliado.

A divisão entre os tucanos de Diadema se evidenciou durante a primeira parte da campanha eleitoral deste ano. Márcio Pascoal Giudicio, o Márcio da Farmácia e Michels apoiaram e divulgaram o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) em Diadema, enquanto José Francisco Dourado foi a única liderança a apoiar Zé Augusto.

"A minha vontade é o entendimento e a soma interna, mas parece que não vai haver", comentou. O parlamentar prega a humildade entre ambas as lideranças como a "única" maneira de unificar o partido.

 




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