Ainda cercado de mistério, o estádio do Corinthians foi escolhido para sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014. O anúncio foi feito ontem pelo governador Alberto Goldman, o prefeito Gilberto Kassab e o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira.

O trio, no entanto, não revelou quem irá pagar a alteração no projeto, já que o Corinthians havia planejado arena para 48 mil torcedores, com custo de R$ 400 milhões. Para receber a abertura da Copa, porém, o estádio precisará ter 65 mil lugares - exigência da Fifa -, elevando o orçamento para R$ 600 milhões. O Alvinegro diz que não pagará diferença e governo paulista também não.

Para a cúpula, a indefinição sobre as garantias financeiras não preocupa. "Dois terços estão viabilizados. O restante acreditamos que, em conjunto, conseguiremos encontrar solução. A maior parte dos recursos estão viabilizados", declarou Goldman, reassumindo posição de não colocar dinheiro na arena. "É impossível que o Estado faça investimento em obra privada. O que nós vamos ter de investir é em infra-estrutura", completou.

Sempre arisco no trato com a imprensa, Ricardo Teixeira foi curto. "É certeza absoluta que a abertura da Copa será em São Paulo", declarou, sem garantir a arena corintiana. "Agora vamos seguir os protocolos. Receberemos nos próximos dias o projeto e iremos tratar com os arquitetos eventuais modificações. Depois de tudo aprovado, virão as garantias financeiras", assegura.

Por enquanto, o Fielzão, como a torcida apelidou o estádio, não saiu do papel. O Corinthians afirma que as obras começam em março e a conclusão está prevista para o último trimestre de 2013, não descartando possíveis mudanças.

FORA DA BRIGA?

O comitê paulista da Copa praticamente ignorou a candidatura de Santo André para ser subsede do Mundial. Ao contrário de São Bernardo e São Caetano, que receberam visitas para avaliar a infraestrutura disponível, o município, assim como outros 25 pretendentes, nem será vistoriado.

A justificativa da Secretaria de Economia e Planejamento de São Paulo, responsável pelas avaliações, é que não haverá tempo hábil. Mesmo assim, os municípios receberam questionário e as rsespostas farão parte de livro-catálogo que será encaminhado para o comitê local da Fifa e para a Match Service, empresa responsável pela hospedagem das delegações.

Força da defesa marca reação corintiana

Contra fatos, não há argumentos. A expressão constantemente usada no mundo da bola, mais do que nunca pode ser aplicada ao Corinthians. É impossível não creditar a reação na tabela do Campeonato Brasileiro ao comportamento quase impecável da defesa. Desde que assumiu o time, há quatro jogos, Tite reoganizou o setor, sofreu apenas um gol conquistou dez dos 12 pontos disputados.

Também é preciso compreender que a volta do volante Ralf contribuiu significativamente para aumentar a proteção da zaga. Além disso, Tite usa boa parte dos treinamentos - na sexta-feira foi por mais de duas horas - aperfeiçoando o posicionamento do setor.

"Mas não adianta ficar só com a bunda colada lá atrás. O time também tem de agredir seus rivais, só assim se ganha jogos", evitando ser rotulado como retranqueiro.

Com ele, o esquema é bem parecido com o do ex-técnico Mano Menezes. Alessandro e Roberto Carlos não podem atacar ao mesmo tempo e Chicão e William têm enorme proteção de Ralf. Os demais jogadores também são orientados a ajudarem na marcação. "Não precisam dar enorme combate, mas cercando desde a saída de bola já ajudam bastante", enfatiza Tite.