Sharon disse recentemente ao chefe político do partido ultraortodoxo Shass, Eli Yishai, que tem intenções de "ir até o fim" para conseguir a aprovação de seu projeto de orçamento para 2003, informou a rádio oficial.
Este projeto, que prevê cortes de US$ 1,8 bilhão para reduzir o déficit, foi aprovado no dia 30 de julho pelo Governo. Entretanto, os ministros trabalhistas e do Shass votaram contra. Sem o respaldo destes dois partidos políticos no Parlamento (Knesset), Sharon não poderá levar à votação esse projeto de orçamento durante a sessão de outono, que começa em meados de outubro.
De acordo com a rádio oficial, Sharon tem intenções de destituir os ministros dos partidos que votarem contra o projeto orçamentário. Nesse caso, Sharon pediria ao presidente Moshe Katzav sua autorização para dissolver o Parlamento e organizar eleições 90 dias depois, em janeiro.
"O primeiro-ministro disse claramente que a partir do momento em que o Governo votou a favor do projeto de orçamento, os ministros devem apoiá-lo no Knesset", declarou á rádio militar o ministro de Comunicações, Reuven Rivlin, muito ligado a Sharon.
Os cortes orçamentários foram decididos sob o efeito simultâneo do grande aumento dos gastos militares provocados pela Intifada e terão como conseqüência a diminuição das ajudas às famílias mais pobres e aos desempregados.
Segundo Rivlin, "um governo não pode funcionar sem maioria parlamentar".
O ministro de Relações Exteriores, Shimon Peres (trabalhista), estimou que "se o primeiro-ministro não conseguir levar à votação seu projeto de orçamento, não terá outra alternativa a não ser conformar-se com as conseqüências".
De acordo com a última pesquisa, publicada sexta-feira pelo jornal Yediot Aharonot, sua popularidade caiu pela primeira vez nove pontos em três semanas, embora mantenha a possibilidade de ganhar as próximas eleições.
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