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Terça-Feira, 16 de Abril de 2024

Sobre as relações internacionais
Por Silvia Cristina Okabayashi*
05/10/2019 | 07:17
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Em setembro deste ano, novamente as projeções para o crescimento econômico nacional foram reduzidas. Em 2020, espera-se que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça míseros 2,07%, segundo projeções do boletim Focus do Banco Central, o que não favorece boas expectativas para a economia do Grande ABC. Em 2019, não se espera sequer 1%, estando em 0,87% a projeção de expansão do PIB.

Diante do contexto atual, o Grande ABC também vem apontando dificuldades em ampliar o nível de atividade econômica. O indicador iABC (índice de atividade econômica – PIB), calculado e divulgado pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, registra que em 2017 e 2018 o crescimento da economia local foi respectivamente de 2% e 0,2%.

É preciso destacar que o Grande ABC tem se tornado forte importador de insumos industrializados nas últimas décadas, o que reflete negativamente em diversos setores industriais da região, em especial diante de um cenário de alta do dólar e queda da taxa de juros e da inflação, revelando dificuldades na recuperação econômica.

Informações divulgadas pelo Boletim EconomiABC, também do Observatório Econômico da Metodista, apontam queda de 32% nas exportações e de 12% nas importações, de 2014 a 2018, no Grande ABC, o que significa que a corrente de comércio exterior regional diminuiu 23%, demonstrando menor relação da economia local com a economia internacional.

Taxa de câmbio desvalorizada, em tese, favorece o fluxo de exportações, contudo, a alta do dólar tem provocado aumento no custo dos insumos importados, podendo prejudicar a vantagem competitiva das empresas locais.

Mas como aumentar as exportações neste cenário? Como aumentar a produção no mercado interno e gerar mais emprego, renda e consumo?

Um bom começo seria ter agendas positivas de favorecimento às relações internacionais do Brasil com o resto do mundo. Para tanto, deveríamos contar com profissionais que pudessem exercer atividades com interface internacional em organizações públicas e privadas, com competências e habilidades cognitivas e socioemocionais que permitam acompanhar as rápidas transformações e a complexidade dos fenômenos mundiais.

Em especial, precisamos ter profissionais que tenham capacidade de análise, avaliação e formulação de cenários para atuação na esfera internacional; de tomada de decisões, planejamento e condução de negociações; e de resolução de problemas numa realidade diversificada e em constante transformação.

Ou seja, necessitamos de profissionais que atuem nas esferas governamentais, privadas e não governamentais capazes de compreender questões internacionais nos seus contextos político, econômico, histórico, geográfico, estratégico, cultural, ambiental e social, guiados por uma formação geral, humanística e ética.

Precisamos ser capazes de formular políticas públicas de comércio exterior que favoreçam a manutenção e a geração de negócios produtivos para a economia nacional. Que gerem produção, emprego, renda e consumo interno.


* Coordenadora do curso de economia da Universidade Metodista de São Paulo 




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