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Saia justa na assembleia
Por Rodolfo de Souza
26/09/2019 | 07:00
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A assembleia geral vetou o discurso do chefe desta incrível e inimaginável Nação na cúpula do clima. Pelo menos, foi o que ouvi dizer. Fica claro, pois, que aquele pessoal não dorme de toca, e escolhe a dedo as pessoas que devem compor a mesa.

Fez muito bem, aliás, a tal assembleia, dada a sua importância no cenário mundial. Não haveria de se sujeitar a ouvir palavras nada comprometidas com a verdade, que certamente seriam proferidas em péssimo português.

É preciso levar em conta, inclusive, que nenhum representante destas paragens se lançaria a tão arriscada aventura, tendo ele estreita ligação com as hostes governamentais. Ciente de que uma avalanche de microfones o assediaria e o colocaria numa saia justa dos diabos, por não saber o que dizer, é que qualquer ser humano, ligado ao governo desta pobre colônia agrícola, nem pensaria em colocar um pé que fosse naquela suntuosa reunião. Só de pensar no coro de vaias a retumbar pelos salões, prestando justa homenagem à patifaria verde-amarela, já dá arrepios e afugenta qualquer ideia de discursar em meio a público tão seleto.

Aliás, é de conhecimento geral que a assembleia tem como finalidade discutir variadas questões que envolvem os países membros, propondo acordos, soluções, formas de se resolver problemas simples e outros não tão simples, cuja complexidade, às vezes, consome muita saliva nas conversas infindáveis.

E dá para se ter uma ideia do clima num ambiente em que bate-bocas diplomáticos nem sempre são bem-sucedidos, mesmo que algumas assinaturas de intenções já se configurem um avanço. E é isso tudo que concede ao encontro muita pompa e farto material jornalístico. Discute-se de tudo ali.

E, por falar em clima, os olhares estão voltados este ano mais para os problemas ambientais deste mundo redondinho, sobre o qual perambulamos até o consumar dos tempos, que, diga-se de passagem, alguns líderes fazem questão de antecipar. Os ânimos azedaram, inclusive, por causa de declarações e atitudes de chefes de Estado, que insistem em colocar em xeque a permanência da vida neste planeta. Gente nada comprometida com a natureza, e capaz de trabalhar duro para promover o aniquilamento de tudo que respire, principalmente se estiver no seu caminho. Seres humanos que vendem a alma ao diabo só para não largar o cetro. Vaidade que faz o indivíduo se esquecer de que uma nação é feita de gente. E que essa gente, que elege, merece, pelo menos, respeito.

Mas por que, afinal, tão duras palavras cercam de prestígio os indivíduos que foram eleitos para representar o país, sobretudo, em evento de tal monta? Simplesmente porque não há termos mais adequados para se falar sobre personagens notáveis na construção de momento tão dramático de nossa história. Qualquer adjetivo que seja empregado em favor daquele que despreza o povo desta terra, seja para defendê-lo ou para elogiar sua conduta, há de soar estranho e não pode ser considerado, uma vez que parte da cabeça oca de alguém com sérios distúrbios mentais, ou ainda do sujeito que deseja tirar proveito da situação. Só isso.
 




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