Política Titulo Candidata ao Senado
Marta, missão de gênero
Por Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
02/08/2010 | 07:10
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A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) quer se tornar a primeira senadora por São Paulo. Mais do que os projetos que pretende implementar no Congresso, a petista comenta a conjuntura política sem freios e sugere que o presidenciável tucano José Serra está por trás das declarações de seu candidato a vice, Índio da costa (DEM), que ligou o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao narcotráfico. "Que coisa ridícula."

Aos 65 anos, Marta completa em 2010 três décadas na vida pública. Orgulha-se do papel exercido à frente da Prefeitura de São Paulo, mas ainda mostra grande incômodo em falar sobre a sugestão que deu aos passageiros brasileiros durante o caos aéreo, em 2007. Sobre o "relaxa e goza", a petista esquiva-se, e torna a mencionar a gestão à frente da Capital. "As pessoas não esquecem coisas boas."

 

Diário - Há alguns anos a sra. disse que não tinha vontade de voltar para Brasília. Por que a mudança?

Marta - Por decisão partidária e pelo Senado não ser a Câmara. Deputada já fui e não via com animação. Senado é diferente, porque o senador tem como função defender os interesses do Estado. Este é outro patamar de discussão e que me interessa.

Diário - De quem é a responsabilidade pelo Polo Tecnológico da região não ter saído?

Marta - É do governo do Estado. O que nós vemos é que não teve o empenho do Estado de trazer aporte. Eu como senadora vou lutar para que o Pólo aconteça. Quero fazer esta interface com o governo estadual. Com o Mercadante isso vai fluir muito tranquilo. Se for o Alckmin talvez seja mais complicado.

Diário- Faltou os três prefeitos petistas da região (Luiz Marinho, de São Bernardo, Mário Reali, de Diadema, e Oswaldo Dias, de Mauá) terem feito mais pressão para que ele tivesse avançado?

Marta - Não sei. Já fui prefeita. Você pode fazer a pressão que quiser, se o outro lado que tem o poder não te ouve... E se é da oposição ouve menos ainda. Eu não acredito que tenha sido por causa dos três prefeitos petistas ainda mais porque temos sete na região. E os outros quatro? Não acredito que algum dos sete tenha se omitido.

Diário - A sra. quer o apoio do prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB)? Acha que é possível?

Marta - É evidente que quero e acho possível.

Diário - Porque o apoio do Aidan é tão fundamental para o PT?

Marta - Ele não é fundamental, mas extremamente importante. Porque é região onde o PT é forte. Não é a melhor política você ter uma prefeitura tão importante fora do seu quadro de apoiadores. Então vou tentar. Política é a arte de conversar.

Diário - Como a sra. enxerga as declarações do Indio da Costa de que o PT é ligado às Farc e ao narcotráfico?

Marta - A primeira reação minha foi: que coisa ridícula. A segunda foi: ridículo não existe em política. Deve ter um porquê. E por que ele (Serra) está fazendo isso? Porque está despencando nas pesquisas e tem de segurar o eleitorado mais conservador, que é muito contrário ao PT, mas que está encantado com o Lula. Se ele bobear, este eleitorado vai para a Dilma. Só que atuando desta forma ele está desagradando às pessoas do PSDB que não são de direita, nem conservadoras e nem extremistas como essas falas. Pode ser um tiro no pé.

Diário - A grande adesão ao seu nome nas pesquisas mostra que a declaração feita em meio ao caos aéreo foi esquecida pelo eleitor? (Em 2007, Marta sugeriu aos passageiros: "Relaxa e goza")

Marta - Não sei. Não tenho resposta para isso.

 




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