Os auditores fiscais da Receita Federal no Grande ABC decidiram ontem em assembléia suspender a greve que já durava 49 dias. A categoria espera que as negociações com o governo sejam retomadas após a decisão de voltar às atividades, mas avisa que a paralisação pode ser retomada no dia 2 de junho.

Desde o início da semana os cerca de 250 profissionais já pendiam para a interrupção do movimento de greve, pois os auditores de Santos e Guarulhos retornaram aos trabalhos nas aduanas na segunda-feira com o objetivo de mostrar uma disposição de acordo com o governo federal.

"O governo falou que não negociava com grevistas, por isso resolvemos suspender a greve e tentar avançar nas conversas", explica Eduardo Selio Mendes, representante da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) na região.

De acordo com a Unafisco, o resultado parcial da apuração dos votos até as 20 h de ontem mostrava que 83,12% dos auditores votaram a favor do fim da greve. Já foram apurados os votos de 79 das 93 delegacias e representações sindicais nos Estados.

Para a entidade, a categoria considera que do dia 12 de maio ao dia 2 de junho há tempo suficiente para que o governo possa avaliar a posição dos auditores.

Na terça-feira, o comando de greve esteve reunido com o ministro Paulo Bernardo, que se dispôs a negociar os critérios de avaliação e promoção dentro da carreira.

O ministro afirmou na ocasião, porém, que não deu garantias aos auditores de que poderá avançar na proposta financeira. Ele também disse que haverá o desconto dos dias parados na folha de pagamento de maio.

Uma das principais reivindicações da categoria - que ganha em torno de R$ 12 mil - é a equiparação salarial com os delegados da Polícia Federal e advogados da União, que recebem salário próximo aos R$ 18 mil mensais.

TRABALHO
Os auditores fiscais do Trabalho voltaram às suas atividades na terça-feira. Contudo, a greve da categoria também foi suspensa com tempo determinado: até o dia 20 deste mês. "Apesar de estarmos juntos, resolvemos voltar mesmo que fosse só a gente. Esperamos que as negociações caminhem", afirma Ricardo Silveira da Rosa, representante do Sinpait (Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho).