Setecidades Titulo Abastecimento
Semasa adota medidas
para reduzir consumo

Em Santo André, superintendente fala em ‘rodízio’
de água e garante que consumidor não será afetado

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
10/04/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Em resposta à crise hídrica observada no Estado, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) pretende iniciar “espécie de rodízio” de água na cidade. De acordo com o superintendente da autarquia, Sebastião Ney Vaz Júnior, a ideia é fazer revezamento na distribuição da água comprada da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no Setor Paraíso e, com isso, controlar o nível dos reservatórios sem que haja intermitência no abastecimento.

Na prática, o volume de água enviado às residências será diminuído durante o dia. No entanto, de acordo com o superintendente, os consumidores não serão afetados, tendo em vista que se trata de período em que há menor consumo. “Vou controlar os reservatórios. Vou ter menos água, mas consigo que todo mundo tenha água de manhã e de noite, e nos momentos de almoço seguro um pouco”, explica.

Segundo Ney, a medida, considerada urgente, consiste em trabalhar com os níveis dos reservatórios abaixo dos atuais. “A Sabesp manda todo dia para este setor (Paraíso) cerca de 400 litros de água por segundo. Não precisamos de tudo isso durante todo o dia”, destaca Ney.

A expectativa é que haja redução do consumo per capita da cidade, que é de 200 litros por habitante por dia. O ideal, segundo ele, seria chegar aos 150 litros. Em um banho de 15 minutos, por exemplo, é possível economizar 50 litros de água ao fechar a torneira para se ensaboar.

Atualmente, a cidade recebe cerca de 2.200 litros de água por segundo da Sabesp, sendo que há 22% de perdas, de acordo com a autarquia. “De fevereiro para cá nós economizamos 80 litros por segundo. Agora a gente deve economizar mais um pouco”, destaca Ney.

A meta é consumir 300 litros por segundo a menos quando a ETA (Estação de Tratamento de Água) do Parque do Pedroso estiver pronta. O equipamento terá capacidade de tratar 350 litros de água por segundo, o suficiente para abastecer 200 mil habitantes.

Entre as ações que ainda serão anunciadas pelo Semasa para ampliar a redução do consumo de água está campanha junto à população. Um dos motes será mostrar os números do primeiro mês de adesão ao sistema de desconto para clientes que reduzirem o consumo de água em 20%.

Em março, 36.562 moradores foram beneficiados com abate de 30% na sua fatura, o equivalente a 22% das residências de Santo André. “Da para ampliar essa campanha e mostrar que Santo André está firme nessa questão da crise hídrica”, destaca o superintendente. O benefício vale até 31 de maio e é automático.

Santo André é abastecida por três sistemas, sendo que 94% da água são comprados da Sabesp, cuja captação é feita no Rio Claro e no Rio Grande, que estão com 95,6% e 94,6% da capacidade, respectivamente. Já a produção própria é de 6%, na ETA Guarará.

CANTAREIRA

Entre os sistemas de água que abastecem o Estado, a situação mais crítica está no Cantareira, que atende 9,8 milhões de pessoas da Região Metropolitana, e tem o menor nível da história – 12,85%.

Pela primeira vez desde o início da crise, a Sabesp admitiu formalmente a possibilidade de adotar racionamento na Capital e Região Metropolitana ainda em 2014. “Se as chuvas não retornarem a índices adequados e consequentemente os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água”, afirma a empresa em seu relatório de sustentabilidade referente ao ano de 2013, publicado na terça-feira à noite em seu site oficial.

Autarquia amplia centro de controle operacional

O Semasa apresentou, ontem, as novas instalações do Cecoi (Centro de Controle Operacional Integrado), área em que é possível realizar o monitoramento dos sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário da cidade, além de acompanhar on-line os níveis dos córregos e piscinões municipais e as cinco estações meteorológicas.

Futuramente, a ideia é que as 17 estações de coleta de resíduos sólidos (incluindo a de Paranapiacaba) sejam monitoradas pelo sistema, todas as obras em execução, além dos 64 sentinelas – cavaletes com sistema que mede a pressão da água que chega às residências.

“Usamos um software que vai nos ajudar a identificar e atuar de forma mais rápida nos casos de vazamentos, por exemplo, e realizar manobras via computador entre reservatórios em casos de falta d’água”, observa Ney. De acordo com o superintendente, não houve investimento por parte da autarquia na ampliação do sistema de monitoramento, tendo em vista que o benefício integra contrato já firmado com a empresa Vector

O sistema de monitoramento dos principais córregos ganhará mais um ponto. Além de duas câmeras instaladas às margens do Rio Tamanduateí, no piscinão Vila América e nos córregos Guarará e dos Meninos, o Córrego Guaixaya, na Avenida das Nações, também fará parte do sistema.




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