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Vivemos diferente, mas será que percebemos?

Sem qualquer tipo de saudosismo ou paixão exacerbada...

Por Carlos Ferrari
21/11/2012 | 00:00
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Sem qualquer tipo de saudosismo ou paixão exacerbada pelas novidades tecnológicas intermináveis que não param de se conectar às nossas vidas, ou melhor, botando todos esses ingredientes juntos na conversa, tratar da transformação do nosso jeito de viver por conta da chegada de tantos softwares, hardwares e possibilidades de conectividade é sempre algo desafiador.

Ontem estava saindo do restaurante e ouvi duas amigas se despedindo, "a gente se fala no Face". Pois é, atualmente, por volta de 45 milhões de brasileiros estão ativos naquela rede social. Mas você já se perguntou qual o impacto dessa e tantas outras possibilidades hich tech em seu cotidiano?

Para começar a conversa, podemos falar um pouco sobre o ato de fotografar. Um dia uma amiga me disse que talvez o que ela faz de fotos em um dia de passeio nas férias pode se traduzir em um número superior ao que ela faria em seis meses, há 20 anos. Mas aí fica a pergunta: será que o simples fato de não ter mais o limitador filme para revelar é o que motiva essa compulsão mundial por fotografar? Não tenho dúvidas em afirmar que não, com certeza não! O fenômeno é bem mais complexo e, dada a grandeza da revolução, acabamos mergulhados nos afazeres do dia a dia, não percebendo tais inovações. Atualmente, as pessoas não fotografam mais apenas para montar seus álbuns que algum dia mostrarão para os amigos em um churrasco de domingo, ou naquela pizzada de sábado à noite. Agora, as pessoas fotografam para compartilhar momentos! Uma tragédia no trânsito, uma bela paisagem do interior do Brasil, o nascer de um filho. Voltando ao Facebook, só por lá são postadas 300 milhões de fotos por dia.

Continuando nosso papo, podemos também falar um pouco sobre o nosso jeito de estudar. Quando comecei a lecionar, há mais ou menos sete anos, lembro dos colegas na sala dos professores indignados porque os alunos não iam mais à biblioteca, ficavam buscando tudo no Google. Atualmente, já há o consenso de que a garotada tinha razão, e é lá e em tantos outros espaços, de pesquisas virtuais, que garimpamos conteúdos para abordagem de qualquer que seja o assunto. 

Também dirigimos diferente. Não para de crescer o número de adeptos da voz que guia. O GPS tem se tornado companheiro diário de motoristas de todo o planeta, fazendo com que as pessoas se utilizem de um dos tantos benefícios dos satélites que há muitos anos costumávamos ver serem lançados pela televisão, sem nunca entender bem por que aquilo estava sendo feito.

E quanto às paqueras? O cupido também não resistiu; mergulhou de cabeça na rede e hoje é mais que natural encontrarmos um casal que conta com toda naturalidade que sua história começou lá atrás com uma tecladinha básica.

Ainda poderíamos falar sobre como mudou o nosso jeito de fazer compras, de acessar informações, de ouvir músicas, de votar, de se corresponder, de telefonar. Por ora, fica o convite para a reflexão por meio de uma pergunta: será que já não é hora de buscar entender de fato o impacto disso tudo em nossas realidades? 




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