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Mercado deve crescer 5,2% em 2011
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
11/12/2010 | 07:08
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Edmilson Magalhães/DGABC


A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) foi comedida nas previsões para 2011. Para a entidade, o mercado interno de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus deverá crescer 5,2% no ano que vem, passando de 3,450 milhões, em 2010, para 3,640 milhões.

Segundo o presidente da entidade, Cledorvino Belini, a projeção feita com bola de cristal leva em conta, principalmente, a previsão de alta do PIB (Produto Interno Bruto) para 2011. Neste contexto mais conservador, a produção nacional terá pequena alta de 1,1%, alcançando algo em torno de 3,680 milhões de unidades no ano que vem.

Se, no mercado interno, o crescimento será baixo, no externo as coisas serão bem piores quando comparado 2010 a 2011. Para a Anfavea, as exportações vão enfrentar queda de 5% - passarão de volume de 510 mil unidades para 485 mil. Entretanto, a receita tende a crescer na medida em que as transações vão envolver veículos mais sofisticados. Assim, o faturamento passará de US$ 12,8 bilhões para US$ 13,1 bilhões - alta de 2,3% entre 2010 e 2011.

Além de uma base mais forte em 2010, a projeção tímida para 2011 já leva em consideração a decisão do Banco Central de retirar cerca de R$ 60 bilhões da economia ao mudar a política para financiamentos, fazendo com que os bancos aumentem o compulsório recolhido. Para Belini, a política é transitória e não terá efeito de longo prazo. "Assim que a meta de inflação for alcançada, os empréstimos devem se normalizar. Por isso, vemos essa decisão como passageira."

Para especialistas e integrantes da indústria, mais do que opinião sobre a política do Banco Central, Belini mandou um recado ao governo. "Para mim, está claro que a indústria está querendo dizer ao governo que aguenta até certo tempo as medidas para conter o aquecimento econômico. Se durar muito tempo, haverá reflexos negativos para o setor", disse o presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Biciletas), Jaime Matsue.

Para o consultor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, especialista em indústria automobilística, é preciso prazo de 40 dias para se fazer avaliação dos impactos que a medida causará. "O governo tomou decisão certa para conter a forte demanda, que poderia resultar no aumento da inflação".

Para ele, o governo teve de agir para evitar mal maior. "Em 2008, quando o momento requeria uma atitude, foi tomada a decisão de reduzir o IPI para aquecer a economia. Também foi uma atitude acertada do governo federal."

COMEMORAÇÃO - Mas a Anfavea comemora os resultados de 2010. O Brasil vai fechar o ano como quarto maior mercado do mundial. A certeza veio com o novembro mais forte de toda a história dos 60 anos da indústria no País. As vendas e a produção apresentaram os melhores números para um mês de novembro. Ante outubro, o licenciamento cresceu 8,3%, passando de 302,3 mil unidades para 328,5 mil.

Desde 1991, o emprego na indústria automobilística também não tinha resultados tão expressivos. Só os fabricantes de autoveículos têm atualmente 135.254 trabalhadores. Apenas no mês de novembro, foram criados 659 postos de trabalho em montadoras de todo o País.

CAMINHÕES - Para caminhões, 2010 será um ano difícil de esquecer. O segmento de pesados estabeleceu novo recorde tanto de produção como de vendas. Com crescimento de 44,5% entre janeiro e novembro, registrou a venda de 140,2 mil unidades, contra 97,1 mil caminhões vendidos no mesmo período de 2009 - ano de crise. Em 2008, no mesmo período, 114 mil unidades foram comercializadas. A projeção para o fim do ano indica que o segmento deverá ultrapassar as 160 mil unidades no mercado interno.




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