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Ribeirão recorre ao MP por verba ao hospital de campanha

Governo Volpi estuda alternativas para não fechar unidade; Estado teria negado pleito por recursos ao município

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/02/2021 | 00:17
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DGABC


O governo do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), estuda alternativas para não fechar o hospital de campanha da cidade destinado aos pacientes com Covid-19. O chefe do Executivo fez apelo por verba do governo do Estado para manter a unidade em funcionamento, mas, conforme apurou o Diário, teria recebido negativa por parte do Palácio dos Bandeirantes pelo aporte.

Sem ajuda financeira externa, Ribeirão se viu na iminência de não ter recursos para manter o hospital de pé. Por outro lado, o prefeito foi alertado de que o encerramento das atividades da unidade trará colapso à rede de saúde. Diante disso, o governo Volpi decidiu apelar ao Ministério Público para viabilizar a manutenção do equipamento. A estratégia, segundo apurou o Diário, é explicitar que a cidade não pode fechar o hospital, mas também não tem condições de custeá-lo sozinho – as despesas giram em torno de R$ 1 milhão ao mês. O governo quer que o MP endosse a pressão feita pela cidade por aporte.

Na sexta-feira, o deputado estadual Thiago Auricchio (PL) anunciou que havia formalizado pleito de R$ 3 milhões à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, chefiada por Marco Vinholi (PSDB), mas a pasta teria sinalizado negativamente para a liberação do recurso. Com a situação, Volpi se reuniu com o secretário de Saúde da cidade, Audrei Rocha, e o diretor do hospital de campanha, Malek Imad, e deixou claro que, sem a verba, teria de fechar a unidade. Nos cofres da Prefeitura há verba para custear a unidade até o começo de março. Diante disso, seria preciso fechar as portas do hospital no fim de semana, uma vez que a média de tempo de internação na unidade é de sete dias.

Volpi, então, foi alertado de que o encerramento do hospital de campanha traria consequências para a rede local e, inclusive, poderia provocar colapso do sistema. Durante a reunião, houve o temor de Ribeirão reproduzir as cenas registradas nas últimas semanas em Manaus (Amazonas), já que a média de tempo de encontrar vagas pelo sistema Cross (plataforma do governo paulista que viabiliza a transferência de pacientes a outras unidades do Estado) é de 48 horas. Chegou-se a discutir, inclusive, a compra emergencial de ambulâncias, o que foi descartado na sequência.

O relatório que será levado ao MP será assinado pelo diretor do hospital de campanha. O documento tende a ser entregue hoje ao Ministério da Saúde e à Secretaria Estadual de Saúde já com o crivo do MP.

Ao Diário, a Secretaria de Desenvolvimento Regional não negou, tampouco confirmou se atenderá ao pleito de Ribeirão. “As secretarias de Desenvolvimento Regional e da Saúde do governo do Estado de São Paulo receberam a solicitação de Ribeirão Pires. A Secretaria de Estado de Saúde vai analisar tecnicamente o pleito e orientará o município, com o compromisso de auxiliar na garantia da assistência a todos os pacientes que precisarem. O governo de São Paulo reafirma o contínuo diálogo com os municípios no enfrentamento da pandemia e valoriza ações conjuntas de combate à disseminação do coronavírus”, desconversou a pasta.

MAUÁ
Durante o apelo, Volpi também citou o fato de a unidade receber pacientes de outas cidades, como de Mauá. Ontem, o prefeito Marcelo Oliveira (PT), confirmou ao Diário que a cidade não descarta reabrir seu próprio hospital de campanha.

O petista reforçou, porém, que o governo municipal já está viabilizando a contratação de leitos da rede privada. Marcelo lembrou que os hospitais e UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade também atendem a pacientes de Ribeirão e de Rio Grande da Serra.  




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