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Temporada de dérbis para o Grande ABC
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
05/01/2021 | 00:01
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A temporada 2021 promete muitos encontros entre times do Grande ABC. Apesar de ainda não ser possível estimar quando as torcidas poderão estar novamente nas arquibancadas apoiando seus times e provocando os rivais, pelo menos pela televisão, computador e celular (nessa era do streaming), é certo que ao menos seis dérbis vão ser disputados na temporada. Bom para a região, para o futebol local, para o Diário e, particularmente, para mim, fã destes encontros. Na Série A-1, por exemplo, Santo André e São Caetano medirão forças no dia 14 de março, pela terceira rodada da primeira fase da competição, com mando andreense. Depois de uma campanha quadrifinalista em 2020, o Ramalhão já anunciou treinador (Paulo Roberto) e os primeiros sete reforços, enquanto o Azulão, recém-promovido com o título da A-2, vive momento de incertezas, envolto a dívidas e processos, e sem grandes novidades. Na melhor das hipóteses, caso avancem ao mata-mata, os vizinhos só poderiam se encontrar – dependendo da pontuação de cada um deles – em eventual semifinal ou final, ou então na disputa do Troféu do Interior.

Já na Série A-2, serão pelo menos três jogos envolvendo o trio do Grande ABC. Logo na segunda rodada, em 7 de março, o Água Santa, rebaixado da elite em 2020, recebe no Inamar o EC São Bernardo, que volta a disputar o segundo nível estadual depois de 31 anos com o vice-campeonato da Série A-3 do ano passado. Os dois times apostaram na manutenção de uma base para 2021. O Netuno acertou a permanência do técnico Sérgio Guedes e algumas peças do elenco, enquanto o Cachorrão continuará sob comando de Renato Peixe e renovou os contratos de pelo menos 12 jogadores. Já no dia 14 do mesmo mês, o Estádio 1º de Maio será palco de uma partida inédita, apesar de envolver um clube de 92 anos. Isso porque o EC São Bernardo vai enfrentar o São Bernardo FC, de apenas 16 aninhos. Respaldado pelo grande aporte financeiro da Magnum, o Tigre trouxe o técnico Ricardo Catalá (eleito o melhor do Paulistão 2020, junto de Vanderlei Luxemburgo, em razão da campanha a frente do Mirassol), conta com a espinha dorsal do time que foi semifinalista tanto na A-2 quanto na Copa Paulista da temporada passada, e ainda deverá investir pesado no mercado com reforços que poderiam muito bem estar na A-1, como o meia Vitinho, que disputou o último Paulistão pelo Santo André, foi um dos destaques do time, está atualmente no Paraná, na Série B do Brasileiro, e deverá receber um salário estimado em R$ 30 mil (ao menos é o que corre à boca pequena nos bastidores). Por fim, no dia 7 de abril, pela décima rodada, o São Bernardo FC recebe o Água Santa, em jogo que pode ter os times brigando juntos na parte de cima da tabela. Ou não. O trio da Série A-2 ainda pode se encontrar de alguma maneira no mata-mata, seja nas quartas, semi ou finais.

Na Série A-3 não haverá nenhuma equipe da região, mas na Segunda Divisão (quarto nível do Estado), Grêmio Mauaense e Mauá FC deverão mais uma vez se enfrentar. O Índio promete entrar forte mais uma vez nesta temporada, com o intuito de superar a quinta colocação de 2020. Já a Locomotiva ainda é uma incógnita. E, se tudo der certo, haverá ainda um terceiro rival local, caso do CAD Ribeirão Pires. A confirmar. Não vejo a hora!

REPRESENTATIVIDADE
O Mundial de Clubes da Fifa, a ser realizado entre 1º e 11 de fevereiro, no Catar, anunciou ontem os árbitros, assistentes e auxiliares de vídeo que vão trabalhar na competição. E o Brasil, que ainda não sabe se terá uma equipe o representando em campo (Palmeiras e Santos estão na semifinal da Libertadores), estará representado no apito e também na bandeirinha. Nada de Anderson Daronco, Bráulio da Silva Machado, Luís Flávio de Oliveira, Raphael Claus ou Wilton Pereira Sampaio. A dupla que estará no Oriente Médio levando a bandeira verde e amarela como autoridade do jogo é formada pela árbitra Edina Alves Batista e pela assistente Neuza Inês Back, que compõem tanto o quadro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) quanto da FPF (Federação Paulista de Futebol). A argentina Mariana Almeida completa o trio composto por mulheres.
Presidente da comissão estadual de arbitragem da FPF, a ex-assistente Ana Paula de Oliveira (sim, outra mulher, à frente dos juízes da principal Federação do País) não poupou saliva nos merecidos elogios às colegas. “Estou maravilhada com a convocação das meninas, fiz uma retrospectiva quando ainda estava na CBF e como foi árduo e intenso o caminho. Elas merecem, pois são extremamente dedicadas e focadas. A resposta no campo de jogo é fruto de muito trabalho associado a sequência de jogos. Assim como os jogadores, árbitros precisam de treinamento e a evolução ocorre jogo após jogo. Parabenizar a FPF, a CBF e a Conmebol por todo apoio e suporte à arbitragem feminina", declarou.

De fato, é uma situação elogiável e repleta de representatividade, que coloca a arbitragem feminina em destaque mundial, em um dos eventos futebolísticos mais cobiçados da temporada e que tem todos os holofotes voltados para si. Desejo sorte a Edina e Neuza, na expectativa que só apareçam nos noticiários por méritos e elogios, não por polêmicas ou problemas. Afinal, em um ambiente tão ainda predominantemente machista, qualquer falha cometida por alguma delas, mesmo que não tão grave, tem peso diferente e irrefutavelmente acaba tendo o sexo colocado em xeque. E parabéns à Fifa pela iniciativa. 




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