Política Titulo Mauá
Vice não será um político, antecipa Atila

Ressabiado com novo rompimento em eventual reeleição, prefeito escolhe nome a dedo

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
31/08/2020 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de Mauá e pré-candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB), adiantou que buscará um companheiro de chapa de fora da política. A decisão é estratégica, visto que a escolha por Alaíde Damo (MDB) causou dores de cabeça ao socialista durante praticamente todo o mandato. A dupla rachou logo no segundo ano de governo, quando Atila foi preso pela primeira vez, no âmbito da Operação Prato Feito.

“O vice não vai ser um político. O eleitor do Atila quer alguém com perfil diferente desta vez”, resume o socialista, que terá o projeto à reeleição homologado no sábado mesmo sem ter definido o nome do companheiro de chapa majoritária.

O processo de escolha de um vice para Atila é simbólico. O socialista teme repetir a possibilidade de alçar ao principal cargo político da cidade algum potencial adversário. Escolhida como plano B, em 2016, depois de o então indicado ao cargo – seu então genro, José Carlos Orosco Júnior (PDT) – ter o nome impugnado na Justiça Eleitoral, Alaíde foi de aliada a rival e principal opositora do socialista a partir do segundo ano de gestão. Em maio de 2018, Atila foi detido pela primeira vez, se afastou do cargo e a emedebista, até então inexperiente na política, herdou o posto.

A harmonia durou poucas semanas e Alaíde, que é mulher do ex-prefeito Leonel Damo, passou a desconfigurar o governo de Atila, e montou a própria equipe. Foi assim nas três vezes em que assumiu o cargo – o socialista foi preso pela segunda vez em dezembro de 2018 e, no ano seguinte, sofreu impeachment, anulado pela Justiça no ano passado. “Se o RH estivesse aberto, mandaria (os aliados de Atila) embora hoje mesmo”, disse Alaíde em uma de suas posses como prefeita interina.

Apesar da cautela na escolha do nome, o governo Atila desperdiçou a oportunidade de ter o caminho livre para indicar aliados de primeira hora que estão no governo, como os secretários José Viana Leite (Chefia de Gabinete) e Paulo Sérgio Pereira (Governo). A dupla não se desincompatibilizou dos cargos a tempo, como prevê a legislação eleitoral. A necessidade de ter um aliado como vice, em caso de reeleição, tem explicação: Atila foi detido duas vezes e a situação jurídica do socialista ainda gera preocupação do grupo.

A escolha por nome de fora da política também é conveniente no embate com um adversário que carrega a carreira na magistratura como mote da campanha, o ex-juiz João Veríssimo (PSD). 




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