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Genoino: PT tem de apoiar 'decisões não agradáveis' do governo
Do Diário OnLine
28/05/2004 | 11:07
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O presidente nacional do PT, José Genoino, avisou aos deputados insatisfeitos da legenda que o apoio às medidas do governo não pode se limitar aos "momentos do bônus". O recado foi transmitido num texto escrito especificamente para defender a aprovação do salário mínimo de R$ 260, que o próprio Genoino definiu como um valor "aquém da expectativa e da demanda por um valor razoável, capaz de constituir um poder de compra adequado para atender as carências das famílias que o recebem."

O documento foi publicado no site oficial do PT na quinta-feira, mesma data em que 22 parlamentares (21 deputados e uma senadora) entregaram a Genoino uma carta em defesa da elevação do piso além dos R$ 260 estabelecidos pelo governo. O apoio à aprovação da MP (medida provisória) do reajuste do mínimo será discutida na próxima quinta-feira (dia 3), numa reunião envolvendo a bancada do partido na Câmara.

Genoino, no texto, reafirma que "o valor de R$ 260 foi o máximo possível que o presidente da República e sua equipe conseguiram definir em face dos recursos orçamentários". O dirigente petista também repete o argumento de que um reajuste maior do salário teria efeitos nefastos nas contas públicas e no equilíbrio fiscal.

"Um aumento maior implicaria desarranjar outras áreas e remanejar recursos destinados a outras prioridades demandadas pela sociedade. As contas da Previdência Social seriam as mais afetadas negativamente", aponta o documento, que destaca a necessidade de manter "responsabilidade orçamentária e fiscal" ao governar. "Não observar esse paradigma implica jogar o país na ciranda do risco e da desconfiança, fatores que prejudicam o desempenho da economia e os indicadores macroeconômicos e terminam por fazer elevar os juros e o próprio desemprego."

Num recado mais direto aos parlamentares de esquerda da legenda, Genoino cobra deles o apoio à aprovação do mínimo de R$ 260 – conforme definido pela executiva nacional petista.

"O ato de governar, além da responsabilidade intrínseca para com a coisa pública, implica uma responsabilidade solidária e uma coragem política para com as decisões não agradáveis que o governo freqüentemente é obrigado a tomar. Em última instância, não há governabilidade sem ônus e custos políticos. Se os partidos do governo se eximem de exercer essa responsabilidade solidária e essa coragem política, não garantido o apoio ao governante nos momentos difíceis, não há governabilidade possível."




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