Política Titulo Contra liminar do CNJ
Consórcio recorrerá ao STF para prorrogar precatórios

Colegiado quer derrubar decisão que prevê quitação dos débitos ainda neste ano

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/05/2020 | 00:01
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Banco de Dados/DGABC


O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC antecipou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para prorrogar o pagamento de precatórios para além de 2020 devido ao impacto nas contas públicas causado pela pandemia de Covid-19. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou que Estados e municípios efetuem ainda neste exercício o pagamento dos débitos programados para este ano.

No mês passado, o colegiado de prefeitos da região conquistou liminar no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para suspender o pagamento de precatórios pelo período de seis meses, a contar de março. A medida, acompanhada de diversas outras bandeiras defendidas pelos prefeitos, é elencada como essencial para aliviar as contas públicas, que sofrerão com possível queda de receita e aumento de gastos com o enfrentamento da pandemia. No início deste mês, porém, o CNJ decidiu que as prefeituras que conseguiram a suspensão temporária dos pagamentos deverão manter, após o período da pandemia, o cronograma de pagamento integral do plano de precatórios. Isso significa que um ente que inicialmente previa a quitação de R$ 100 milhões neste ano, deverá manter a previsão dessa cota nos quatro últimos meses do ano. As sete cidades do Grande ABC possuem estoque de precatórios em torno de R$ 3 bilhões. Esse volume, pela legislação vigente, tem de ser quitado até 2024.

Diretor administrativo e financeiro do Consórcio, Carlos Eduardo Alves da Silva, o Cadu, considerou que, se mantida, a decisão do CNJ “traria grandes prejuízos aos municípios no investimento ao combate da pandemia e manutenção dos serviços essenciais”. A entidade já alertou para a possibilidade de colapso financeiro das prefeituras da região devido ao impacto da pandemia nos cofres municipais.

O Consórcio também informou que está no radar das equipes econômicas da região a possibilidade da suspensão dos pagamentos das contribuições patronais aos regimes próprios de previdência. Como mostrou o Diário na semana passada, o tema “será discutido pelos secretários de Finanças a partir da sanção presidencial” do projeto de auxílio a Estados e municípios. Contrários à iniciativa, os sindicatos que representam os servidores públicos nos municípios que gerenciam a própria seguridade social (Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires) alertam para que, se aplicada, a medida pode causar calote no pagamento de aposentadorias e pensões.  




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