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Código de trânsito e acidentes

Ontem o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) completou 12 anos de vigência. Considerando que foi como um forte apelo

Por Cristina Baddini
22/01/2010 | 00:00
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Ontem o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) completou 12 anos de vigência. Considerando que foi como um forte apelo à cultura de paz no trânsito, o CTB trouxe em seu texto, dentre várias mudanças, punições mais severas aos infratores e maior cuidado com os pedestres. Muitos chegaram a qualificá-lo como "um dos melhores códigos de trânsito do mundo", pois, no início de sua vigência, foi verificada uma redução significativa no número de acidentes de trânsito em todo o País, mas agora está aumentando novamente.

Acidentes
É preciso entender que acidentes de trânsito podem e devem ser evitados. As principais razões apontadas para a insegurança no trânsito das cidades e estradas são os comportamentos violento e abusivo dos motoristas.
Quando há um acidente com um grande avião comercial, Boeing ou Airbus ocorrem algumas dezenas de mortes e todos os meios de comunicação estampam a notícia em manchetes, sensibilizando e chocando toda a sociedade. Por outro lado, quando motos, caminhões e automóveis se envolvem diariamente em acidentes o mesmo não acontece e as pessoas consideram tais acidentes como fatos corriqueiros.
De 1990 a 2008, a aviação civil no Brasil causou a morte de 99 pessoas por ano se calcularmos a média nos 19 anos considerados. Essa média é elevada devido aos três grandes acidentes ocorridos com aviões de grande porte: o Focker 100 da TAM (99 mortes), em 1996; o Boeing da Gol (154 mortes), em 2006; e Airbus da TAM (199 mortes), em 2007, que juntos, mataram 452 pessoas.
Em contraposição, de 2002 a 2008, ou seja, em sete anos, os registros apontam a morte de 247.722 pessoas no trânsito brasileiro, segundo fontes oficiais do governo. Esse número corresponde à média de 97 pessoas mortas por dia, enquanto a aviação brasileira matou 111 pessoas por ano em média, no mesmo período, de 2002 a 2008.
Resumindo, o trânsito brasileiro está matando cerca de quatro pessoas por hora, o que corresponde a uma morte a cada 15 minutos. Pode-se dizer que esses números equivalem à queda de um Boeing ou Airbus a cada dois dias.
Reforma urgente
Os números acima deveriam sensibilizar a todos, uma vez que estamos falando de um gravíssimo caso de saúde pública e de seres humanos que todos os dias correm risco de morte no trânsito. Se houvesse penas mais rigorosas, certamente os motoristas pensariam um pouco mais antes de exceder os limites de velocidade ou conduzir um veículo após consumir álcool. É fundamental lutar contra esse tipo de crime. O crime de trânsito precisa deixar de ser culposo (sem intenção) e passar a ser doloso (com intenção), pois, quem se embriaga e pega o volante de um veículo deve ser punido de forma exemplar e rigorosa. Não é possível continuarmos vivenciando tal insegurança com o simples ato de sairmos de casa.
Perder um ente querido é uma dor profunda e que deixa marcas e sequelas na família, nos amigos e na sociedade. Precisamos transformar esta dor em força na luta para punir os culpados. A punição neste caso é o começo da certeza de que muitas pessoas poderão ser salvas se aqueles que bebem antes de dirigir tiverem medo de ser punidos e, ao invés de dirigir, decidirem pegar carona ou voltar de táxi para casa.




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