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Ministro da Saúde exonera funcionários envolvidos em fraude
Do Diário OnLine
Com Agências
21/05/2004 | 00:17
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O ministro da Saúde, Humberto Costa, decidiu, na noite desta quinta-feira, exonerar todos os funcionários que ocupavam cargos de chefia no departamento de compras do Ministério da Saúde. O objetivo do ministro é identificar os responsáveis pela fraude na compra de hemoderivados — medicamentos utilizados no tratamento da hemofilia. A ação, que ficou conhecida como Operação Vampiro, já prendeu 14 pessoas envolvidas no caso. Nesta quinta, a PF (Polícia Federal) começou a investigar mais 10 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema.

Na quarta-feira, 17 mandatos de prisão já haviam sido expedidos. A operação prendeu dez pessoas em Brasília, três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Um alto funcionário de cargo de confiança foi preso e exonerado pelo ministro da Saúde, Humberto Costa: Luiz Cláudio Gomes da Silva, coordenador-geral de Logística da pasta, que havia sido nomeado para o cargo em julho do ano passado. Entre os acusados estão empresários, lobistas e funcionários do ministério.

O empresário Lourenço Romell Peixoto, vice-presidente do Jornal de Brasília, e os lobistas Marcos Jorge Chain e Jailer Jabour de Alvarenga continuam foragidos.

Segundo o ministro interino da Saúde, Gastão Wagner, há suspeita de que o esquema vinha funcionando no Ministério da Saúde desde a década de 90, causando um prejuízo de R$ 2 bilhões, em dez anos. Em entrevista coletiva, o ministro interino disse que as denúncias apontam que o esquema incluía gestão inapropriada do concurso público para compra de hemoderivados, tráfico de influência e vazamento de informações.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema permitia que os fabricantes combinassem os preços de medicamentos destinados aos hemofílicos antes das licitações para compra. Em troca, os envolvidos ganhavam comissões. As empresas do esquema se reuniam, combinavam preços e acertavam quem ficaria com cada lote. E o governo arcava com o prejuízo pelo preço mais alto dos medicamentos.

Na coletiva ao lado de Gastão Wagner, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, contou que as primeiras denúncias sobre o esquema de fraude surgiram em março de 2003. Na ocasião, o ministro da Saúde, Humberto Costa, pediu a abertura das investigações. Em setembro, houveram novas denúncias.

Em São Paulo, os procuradores que atuam no caso disseram que as investigações começaram em 98. E que o Ministério da Saúde sempre colaborou.

Segundo o Ministério da Saúde, o hemoderivado era comprado entre 1990 e 2002 por US$ 0,41. A atual gestão mudou o sistema de licitação e conseguiu reduzir os preços para US$ 0,23.




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