Política Titulo Diadema
Invasão e derrota de Lauro no Legislativo

Governo retira projeto que autoriza uso de servidores na terceirização de Saúde após novo protesto

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
29/05/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), sofreu dura derrota ontem no Legislativo ao tentar colocar em votação projeto que permite o uso de servidores públicos no plano de terceirização da Saúde, por meio da OSs (Organizações Sociais), aprovada na semana passada. Com iminente revés no Parlamento, já que tinha apenas 12 dos 14 votos necessários, a matéria foi retirada em definitivo.

O cenário pela terceira semana consecutiva foi marcado por grande confusão e invasão de plenário por integrantes do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos) e funcionários contrários à proposta.

Diferente da sessão anterior, quando houve confronto com guardas Civis Municipais, desta vez, o manifesto não registrou atos violentos. Cerca de 300 pessoas lotaram as dependências da Casa. Alguns manifestantes ocuparam as mesas dos vereadores, enquanto outros dançaram break no em volta das bancadas.

A estratégia da bancada de sustentação de Lauro era conseguir novo adiamento da matéria – foi prorrogada duas vezes. O objetivo era convencer mais dois vereadores para avalizar o texto. Os oposicionistas reclamaram incisivamente da postura adotada.

A tática, porém, precisou ser modificada às 15h30, diante da invasão generalizada ao plenário por parte dos manifestantes, que clamavam pela retirada da proposta.

A confusão gerou impedimento dos trabalhos por quase duas horas até que a decisão oficial foi anunciada, em documento assinado pela prefeita em exercício, Silvana Guarnieri (PTB).

O recuo do governo, entretanto, foi condicionado à formação de uma comissão, composta por integrantes do Executivo, do Ipred (Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema) e do Sindema, que terá como objetivo defender proposta para futura reformulação do texto.

Líder do governo, Atevaldo Leitão (PSDB) afirmou que o Paço não foi derrotado, destacando que acordo sobrepôs impasse. “Na política tem ônus e bônus. Desta vez, preferimos ficar com o ônus, somente para impedir que não houvesse ninguém machucado. Essa retirada será boa para maturação do projeto e discussão pela cidade. Muitos vão mudar de opinião.”

Um dos líderes da oposição, Josa Queiroz (PT) exaltou gesto dos servidores e enfatizou “derrota de
cunho político” do chefe do Executivo. “Situações como a de hoje (ontem) mostram que o governo está sem comando na Casa. É preciso ter mais humildade e mais diálogo. O prefeito está desagregando muito”, pontuou.

O petista, porém, minimizou conquista sobre retirada da matéria. “O que conseguimos foi o que o estrago não fosse maior. No entanto, o retrocesso, que foi a aprovação da OS, infelizmente foi aprovada”, destacou. 




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