O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), fracassou ontem na tentativa de encerrar a greve dos funcionários públicos, que completa hoje o 11º dia. Segundo o presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), Giovani Chagas, tanto os números quanto o modelo da proposta apresentada pelo chefe do Executivo ficaram aquém das expectativas.

Marinho propôs elevação salarial em 7,68%, referente à reposição inflacionária baseada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), dividida em duas parcelas, sendo 2.5% retroativos a março e 5,2%, que seriam pagos em dezembro. Categoria reivindica 12,54%, sendo 8,04% do índice de inflação baseado pelo ICV (Índice de Custo de Vida), além de 4,5% de aumento real.

“Não podemos aceitar uma propositura como esta, que ficou abaixo da nosso pedido, além de vir dividida. Na mesa de negociação, rejeitei, pois o objetivo da maioria dos servidores são os números solicitados”, destacou Chagas.

O encontro que selou rejeição à proposta ocorreu no Paço em reunião com os secretários Paulo José Almeida (Finanças) e Augusto Pereira (Administração).

Mesmo com a negativa, Chagas contou que convocou assembleia nas proximidades da Prefeitura. “Tinha 3.000 servidores que referendaram meu posicionamento diante dos secretários”, adicionou.
O dia foi novamente marcado por expressivo manifesto em passeatas pelas ruas do Centro, que conturbaram o trânsito local.

O dirigente sindical revelou que a estratégia será continuar a mobilização até que a administração chegue ao plano desejado. Para isso, Chagas contou que as 40 pessoas que decidiram acampar no estacionamento da Prefeitura e dentro da Câmara permanecerão até envio de proposta.
“Todos estão empenhados em seguir com essa vontade, pois entendem que essa é a maneira de valorização que cada funcionário vai conquistar. É difícil, mas a luta está valendo”, complementou Chagas.

Durante o dia de hoje, as atividades do Sindserv se concentram em planfletaço pelos bairros da cidade. Na segunda-feira, às 6h, na Praça Santa Filomena, nova assembleia está marcada, cujo objetivo será votação pela continuidade da greve.