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Lesados da Boi Gordo estão há sete anos na espera
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
22/10/2008 | 07:04
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Fernando Dantas/DGABC


Cerca de 32 mil investidores prejudicados - das quais pelo menos 9 mil no Grande ABC -, volume de dívidas estimadas em R$ 2 bilhões e uma massa falida com 117 fazendas que somam aproximadamente 245 mil hectares (mais do que área da Grande São Paulo).

Esses números compõem o panorama da Fazendas Reunidas Boi Gordo, empresa de investimentos que há sete anos (completados no último dia 16) entrou com pedido de concordata preventiva (mais tarde transformada em falência), deixando ‘a ver navios' esse grande número de pessoas.

Para tentar agilizar o recebimento dos créditos não-honrados pela empresa, a ALBG (Associação dos Lesados pela Fazendas Reunidas Boi Gordo) - que representa 6.000 investidores prejudicados - acaba de entrar com três petições na Justiça.

Os requerimentos são para que o juiz determine ao síndico da massa falida uma maior agilidade para concluir a avaliação dos bens, para que este último acelere também o quadro geral de credores (com a relação de quanto cada um tem a haver), e ainda para que a venda das terras mude, de leilão, para a modalidade de cartas-propostas.

Segundo o presidente da ALBG, José Luiz Garcia, a entidade tem procurado auxiliar a Justiça no processo, já que houve ao longo do período mais de 16 mil processos de impugnação (para corrigir o valor dos créditos) mas a questão se arrasta. "Encaminhei três funcionários da associação para colaborar com o cartório", disse. Em relação ao formato do leilão, Garcia cita que a intenção é dar mais transparência. "Foi feito um leilão no ano passado e houve irregularidades, o único lance oferecido (por valor bem abaixo do de mercado) foi de um devedor da massa falida", afirmou.

E há planos de requerer a realização de uma assembléia geral, para prestação de contas. Embora a Boi Gordo tenha falido, várias fazendas estão arrendadas e geram rendimentos, que poderiam ser revertidos aos credores, de acordo com a entidade.

Dentre os associados da ALBG, pelo menos 60% são do Grande ABC. O diretor da entidade, José Luiz Peres,de Santo André, é um deles. Ele conta que perdeu um imóvel, que vendeu por R$ 80 mil, para investir em papéis da empresa. "Agora pago aluguel. Estou esperando para restituir a casa", disse.

 




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