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Enem: alunos vão à polícia por atraso
Evandro De Marco
Fábio Munhoz
07/11/2010 | 07:10
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Como sempre acontece, houve confusão ontem envolvendo alunos que chegaram atrasados para a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O principal problema ocorreu na UniABC, em Santo André: cerca de 300 estudantes não conseguiram entrar e pelo menos 80 deles registraram boletim de ocorrência no 4º DP (Distrito Policial) de Santo André.

O grande vilão apontado pelos alunos, mais uma vez, foi o trânsito. “Aconteceram acidentes na Avenida Perimetral (centro) e, por isso, não consegui chegar a tempo”, alega Jéssica Caitano, 17 anos, moradora do Jardim Cristina e que vê o sonho de cursar Medicina adiado para o próximo ano. “Não tenho condições de pagar R$ 3.000 de mensalidade. Com a nota do Enem, poderia pedir uma bolsa de estudos depois.”

Na Fundação Santo André também houve gente atrasada pelo trânsito. “Nem de moto eu consegui chegar a tempo”, lamenta Neide Pereira, 21,que chegou de capacete na cabeça e roupa de chuva, mas errou o prédio onde faria a prova.

A distância dos locais do exame também foi apontada como causadora de tumultos. Leandro Oliveira, 22, garante que saiu de Guaianases, Zona Leste de São Paulo, às 10h30, mas não conseguiu chegar às 13h na UniABC “por causa de um ônibus atrasado.”

O diretor do Departamento de Trânsito de Santo André, Adriano Roberto Silva, afirma que houve um pico de veículos nas ruas por causa do Enem e alguns acidentes sem gravidade atrapalharam o tráfego.

Para hoje, está prevista a corrida Mexa-se, no centro da cidade, mas, segundo o diretor, o evento não deverá atrapalhar o trânsito porque ocorrerá antes do horário da prova do Enem.”

PROVA - Candidatos e especialistas afirmam que a avaliação de ontem evidenciou a diferença do nível de ensino entre escolas públicas e particulares, principalmente com relação à Química. O educador, presidente do Instituto Henfil e especialista no Enem Mateus Prado diz que houve diminuição dos enunciados de Humanas, mas o aluno teve menos informações para as respostas.

Ainda de acordo com Prado, “foram exigidos mais cálculos e boa parte do conteúdo não é passada no Ensino Médio de escolas públicas, só nas particulares.”

Edivanderson Teixeira, 26, concorda. Ele estudou em uma escola estadual do Jardim Santo André e alega nunca ter visto parte do que foi pedido. “Algumas contas, principalmente de Química, nunca foram ensinadas para mim.”

Para Sérgio Teixeira Bignardi, professor da disciplina no Colégio Objetivo , “os enunciados foram muito longos e as questões, trabalhosas e cansativas por causa dos cálculos.

Erro de impressão nas provas confunde estudantes

 

Na prova distribuída no campus número 3, da Unisa, em Santo Amaro, uma aluna relata problema grave. Nas provas rosa e azul, de 90 questões, da 1 a 45, os alunos tinham de resolver ciências humanas e, da 46 até a 90, responder questões sobre ciências da natureza. Mas alguns alunos detectaram que o gabarito vinha na ordem invertida. Da 1 a 45, estava o gabarito de ciências da natureza e da 46 a 90, a prova de ciências humanas.

O Inep informou que o problema de impressão gráfica aconteceu em todo o País e que os fiscais de prova foram orientados a dizer aos estudantes para ignorarem o que estava escrito no gabarito.

Mas, em algumas salas, como na de Maria Maia Lopes, 16 anos, o fiscal só avisou o problema uma hora depois do começo da prova. Ela conta que em sua sala houve princípio de confusão. “Muitos já haviam preenchido o gabarito errado e não havia gabarito extra para dar aos alunos.” Marina Mangold, 17, diz que em sua sala nenhum fiscal entrou para falar sobre o problema.

O Ministério da Educação vai criar um “ambiente virtual” para candidatos que se julgaram prejudicados pelo erro no cartão resposta do Enem. Segundo o ministro Fernando Haddad, cada caso será analisado e “ninguém será prejudicado.” (da AE)




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