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Brasileiro é sequestrado na Rússia
Por Do Diário do Grande ABC
16/05/1999 | 15:28
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está empenhada em obter o apoio do governo para conseguir, o mais rapidamente possível, libertar o brasileiro Geraldo Cruz Pires Ribeiro, de 54 anos, enfermeiro da Cruz Vermelha Internacional, seqüestrado em Nalchik, Rússia, na manha de sábado (15).

Procurado pelo filho de Geraldo, Tomás Emanuel Ribeiro Cruz, que está passando férias com a família do pai, no Brasil, o presidente da OAB, Reginaldo de Castro ligou, imediatamente, para o secretário dos Direitos Humanos, José Gregori.

Castro prometeu também acionar o Itamaray e contactar o presidente da Comissao de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Nilmário Miranda (PT-MG).

Segundo o presidente da OAB, José Gregori falou que iria levar o caso ao presidente Fernando Henrique Cardoso, além de acionar a embaixada do Brasil, em Moscou. "O seqüestro é lamentável e de altíssimo risco", declarou Castro diante dos familiares.

Segundo ele a regiao de Nalchik, próxima da Chechênia, é de alta criminalidade. O cunhado de Geraldo, Sérgio Salgado de Pinha Júnior, que acompanhou o sobrinho na visita à OAB, contou que a Cruz Vermelha Internacional nao costuma pagar resgate, até mesmo para nao incentivar esse tipo de açao contra seus funcionários, espalhados por regioes de risco no mundo inteiro.

De acordo com o economista Sérgio Salgado, que é casado com uma irma de Geraldo Ribeiro, seu cunhado foi exilado político e mora fora do Brasil desde 1971, quando fugiu para o Chile perseguido pelo regime militar. "Há 10 anos ele tenta voltar ao Brasil, mas ainda nao conseguiu ser reintegrado na Caixa Econômica Federal, onde trabalhava antes de fugir do País", contou.

Segundo Salgado, do Chile, Geraldo Ribeiro foi para a Nova Zelândia, onde mora com o filho até hoje. Foi na Nova Zelândia que ele entrou para a Cruz vermelha, depois de fazer um curso de enfermagem. Com mais de 50 missoes no mundo inteiro, inclusive em países como Angola e Afeganistao, Sérgio Salgado afirmou que seu cunhado está acostumado com situaçoes de risco.

"Estou muito preocupado com meu pai", afirmou Tomás Ribeiro que só agora, depois de alguns meses no Brasil, está começando a falar o português. Ele contou que seu pai prometeu que esta seria sua última missao. "Ele estava empenhado em voltar ao Brasil", disse o cunhado.

De acordo com os familiares foi a própria Cruz Vermelha Internacional que avisou, na manha de ontem, do seqüestro do brasileiro. "Ele estava saindo de uma escola, onde tinha ido ministrar um curso de primeiros socorros, quando foi seqüestrado juntamente com uma ajudante russa", contou Salgado. Segundo o cunhado de Geraldo a ajudante russa foi libertada no caminho, mas até agora há nenhuma notícia de Geraldo.

Os familiares estao convencidos de que o seqüestro nao tem conotaçao política. "Isso foi obra de criminosos comuns", disse Salgado. A família está muito preocupada pela falta de contato dos criminosos que, até o momento, nao pediram resgate.

Segundo a assessoria de imprensa da OAB chegou à entidade a notícia, veiculada por uma agência internacional, de que a Cruz Vermelha Internacional teria suspendido toda a ajuda humanitária que presta aos países até que o funcionário brasileiro seja devolvido a salvo.




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