Economia Titulo 19,06% superior
Região tem salário médio superior ao de São Paulo
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/03/2009 | 07:00
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O trabalhador do Grande ABC recebeu, em fevereiro, salário médio de R$ 1.766,27; valor 19,06% superior ao oferecido em São Paulo - R$ 1.483,50. O motivo, segundo o economista Dalmir Ribeiro, diretor do Departamento de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Santo André, é que a região paga mais porque é bastante industrializada. "São produzidos muitos itens de alto valor agregado, o que exige mais especialização por parte dos trabalhadores e, portanto, a mão de obra é melhor remunerada". A indústria representa no Grande ABC, com base na arrecadação de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), 64,3% de todos os setores da economia.

METRÓPOLES - Considerando as seis regiões metropolitanas do País - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife - o rendimento médio dos trabalhadores no mês passado foi de R$ 1.321,30, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação ao mês anterior, não houve variação significativa na média dos salários, com redução de 0,1% (equivalente a R$ 2). Já em comparação ao mesmo período do ano passado, foi constatado um aumento de 4,6%, quando eram pagos R$ 1.263,36.

A elevação do rendimento médio, entretanto, foi menor do que a inflação medida pelo IGP-DI (indicador da Fundação Getúlio Vargas), que de fevereiro de 2008 ao mesmo mês de 2008 cresceu 7,38%, observa Ribeiro.

A técnica do IBGE, Adriana Berigoy, conta que esse aumento ano a ano já vem ocorrendo desde 2005. "De fevereiro de 2004 para o mesmo mês no ano seguinte houve alta de 1,6%. De 2005 para 2006, de 2,4%; 2006 para 2007, 5,2%, e de 2007 para 2008, de 2,5%", elenca.

Dados do levantamento indicam, ainda, que a renda de quem trabalha por conta própria cresceu 6,7% em um ano, para R$ 1.092,50. Empregados com carteira assinada tiveram o segundo maior aumento, de 5,8%, para R$ 1.274,90, e militares e funcionários públicos, com alta de 3,9%, passaram a receber R$ 2.296,90. Já o ganho salarial de quem não possui carteira assinada manteve-se praticamente estável: 0,4% maior, para R$ 856,10.

EMPREGO - A pesquisa apontou nas seis regiões metropolitanas, em fevereiro, taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa) de 8,5% - acréscimo de 0,3 ponto percentual em comparação a janeiro e recuo de 0.2 p.p. e, relação a fevereiro de 2008, quando o índice era de 8,7%.

Segundo Adriana, é tradicional que no primeiro trimestre do ano haja maiores taxas de desocupação, por conta do fim de contratos temporários. "Até o mês passado não temos nada fora do comum", constata.

A população desocupada registrou aumento de 51 mil pessoas de janeiro para fevereiro (2,7%), totalizando 1,9 milhão. Comparando-se ao mesmo mês em 2008, entretanto, houve uma redução de 29 mil pessoas sem trabalho (-1,5%) - reflexo da quantidade de empregos gerados com o aquecimento da economia em meados do ano passado que, mesmo com demissão em larga escala no País todo, provocada pela crise financeira internacional, ainda possui um saldo positivo.

O único setor que demonstrou variação significativa foi a indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água, com recuo de 3,2% no número de pessoas ocupadas. Os demais permaneceram estáveis.  




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