As indefinições do programa habitacional do governo federal e a possibilidade de segregação social da população atendida também gerou críticas do presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Marcos Túlio de Melo.

A falta de um prazo determinado, o alto preço da terra e a indefinição das áreas onde serão construídas as casas populares estão no foco das críticas.

Temendo que as construções se tornem amontoados de casas que, além de pequenas, correm o risco de ser erguidas com material de pouca qualidade e em áreas inadequadas, o presidente do Confea vê aspectos positivos no pacote, mas chama a atenção para os aspectos de financiamento para o consumidor.

Túlio de Melo contrapõe o pacote, regido pela lei 11.888. "Essa lei é sábia porque se baseia em projetos já desenvolvidos pela sociedade e bem-sucedidos, como acontece no Paraná, por exemplo. Outro aspecto são as formas de financiamento com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e, basicamente, a exigência de que engenheiros e arquitetos ajudem a construir casas com menos desperdício de material e planejadas de forma a aproveitar melhor a luz do dia e a ventilação", afirma.

As questões ambientais também preocupam Túlio de Melo que destaca: "casa popular não pode ser sinônimo de desrespeito ao cidadão, nem um local onde as famílias se amontoem. É preciso dar qualidade de vida à população e isso vai além de casas, alcança o transporte público, a rede de saúde, o acesso ao comércio direto como padarias e farmácias. Quanto mais distantes da infraestrutura de centros urbanos, mais longe de uma qualidade de vida".