Política Titulo Justiça
Dedé retira processo para
Saulo assumir Ribeirão

Prefeito eleito corria risco de ter candidatura impugnada;
atitude asfalta a via de aproximação com peemedebista

Beto Silva
Raphael Rocha
12/12/2012 | 06:37
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O atual vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), vai retirar a ação contra o prefeito eleito, Saulo Benevides (PMDB), o que deixa caminho tranquilo para a cidade ter um comandante a partir de 1º de janeiro sem problemas jurídicos.

Além de garantir estabilidade administrativa ao futuro chefe do Executivo - o que beneficia a cidade, pois obras, programas e projetos podem ser planejados e executados de maneira plena -, a atitude de Dedé asfalta via de aproximação com Saulo.

"Pesou muito uma declaração do prefeito Clóvis Volpi (PV), que disse que não há motivos para continuar essa guerra jurídica. Percebi que poderia ser responsável pela cidade ficar num caos. Isso atrapalharia o andamento de Ribeirão Pires. O prefeito me abriu os olhos", justificou Dedé, que teve a candidatura ao Paço indeferida após processo impetrado por Saulo.

Coordenador regional do PPS, o deputado estadual Alex Manente elogiou a postura do correligionário. "Sei que não foi uma decisão fácil de ser tomada, mas é válida. Teve atitude sensata. Tem meu total apoio."

A ação foi movida pela coligação de Dedé no dia 31 de agosto, em pleno período eleitoral. Os dois eram adversários - a disputa ainda tinha Maria Inês Soares (PT) e Alberto Ticianelli (Psol). Dedé acusava Saulo de abuso de poder econômico, pois teria usado um jornal local a seu favor, além de disponibilizar sua estrutura de campanha para distribuir a publicação.

A Justiça Eleitoral de Ribeirão Pires inocentou o peemedebista quatro dias antes da votação, em 7 de outubro. Saulo foi eleito com 24.601 votos, ou 58,31% dos válidos. Mas, o então prefeiturável do PPS recorreu ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). A PRE (Procuradoria Regional Eleitoral) sugeriu ao tribunal, em seu parecer, a cassação da candidatura do PMDB. Agora, o caso está na mesa da juíza Clarissa Campos Bernardo. Porém, a magistrada não deve julgá-lo porque haverá desistência da ação.

Com isso, Saulo será diplomado normalmente no dia 19, no Teatro Municipal (horário indefinido), juntamente com a vice-prefeita eleita, Leo da Apraespi (PSC), e os 17 vereadores que integrarão a legislatura 2013-2016. Também será empossado dia 1º para mandato de quatro anos.

Caso o processo fosse mantido e o TRE considerasse a candidatura do peemedebista irregular, ainda caberia recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Mas, de pronto, seus votos seriam anulados, assim como os de Dedé, e a Justiça Eleitoral iniciaria os trabalhos para realizar outra eleição, já que mais de 50% dos votos teriam sido invalidados.

 

OUTROS PROCESSOS

A eleição em Ribeirão Pires foi marcada por guerra judicial. Além das duas ações entre Saulo e Dedé, outros três processos foram abertos entre os prefeituráveis. Somente o socialista Ticianelli passou ileso: não acionou ninguém, tampouco foi acionado.

 

O popular-socialista ingressou com processo contra a então vice do peemedebista Lair da Apraespi (PSC), por ela ter participado de inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas). A lei eleitoral proíbe a presença de candidatos em eventos oficiais durante o período de campanha. Lair foi substituída pela irmã, Leo. Por ter paricipado da entrega do Atende Fácil, Gerson Constantino (PSD), vice na chapa do PT, foi alvo de ação de Saulo. O pessedista foi multado em R$ 11 mil. Já a petista Maria Inês Soares acusou o peemedebista de usar endereço da Câmara para enviar santinhos aos eleitores. A Justiça Eleitoral de Ribeirão deu ganhou de causa ao então pleiteante do PMDB e a candidata do PT sequer recorreu.

 

 




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