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Alckmin anuncia mudanças na polícia

Comandante da PM e delegado-geral da Civil foram elogiados por forças do Grande ABC

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
27/11/2012 | 07:00
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou ontem que o coronel Benedito Roberto Meira, 50 anos, e Luiz Maurício Blazeck, 49, serão respectivamente comandante-geral da Polícia Militar e delegado-geral da Polícia Civil. Os nomes serão publicados na edição de hoje do Diário Oficial e as posses formais acontecem até o fim desta semana.

A escolha dos dois nomes agradou os delegados seccionais e a liderança da corporação no Grande ABC, apesar de não ter sido feito contato oficial até o momento para traçar estratégias de combate ao crime em meio à onda de violência que atinge a Grande São Paulo. "A expectativa é a melhor possível. Desejamos sorte e vamos aguardar o que vai acontecer. Foi uma boa escolha. (Blazeck) é um estudioso, um teórico", avaliou o delegado seccional de Santo André, Guerdson Ferreira.
"Ele (Blazeck) é experiente, trabalhou tanto no interior quanto na Capital. Tem tudo para dar certo. E estamos otimistas com as ações que serão tomadas", disse o seccional de Diadema, Godofredo Bittencourt.

A expectativa é que, com a oficialização das alterações na chefia, reuniões aconteçam para mostrar os planos de trabalho. Por enquanto, a estratégia inicial vem sendo discutida com Alckmin.

"A população pode confiar. Passamos o dia de ontem (domingo) discutindo as propostas, analisando as medidas. São Paulo vai superar essa dificuldade, vai asfixiar as organizações criminosas", disse o governador durante evento pela manhã, na Capital.

Após as dez mortes registradas no fim de semana, o Grande ABC soma pelo menos 38 vítimas fatais da violência em um mês. "Eles (Meira e Blazeck) vão apresentar as propostas. Não tenho dúvidas de que vamos reduzir os índices de criminalidade", prometeu Alckmin.

Meira tem 31 anos de Polícia Militar. Paulistano, é coronel desde 2010 e tem formação em Direito. Foi comandante da Polícia Rodoviária e do 4 º Batalhão do Interior, ambos em Bauru, além de chefiar a corporação na Zona Leste de São Paulo. Era o secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil.

Ele substitui Roberval Ferreira França após sete meses de comando. Antes, o coronel ficou dez meses na chefia da Polícia Militar do Grande ABC. Foi o segundo a sair da região para chegar ao comando-geral e, apesar de levar ao Estado projetos que reduziram os índices de criminalidade locais, como o Vizinhança Solidária, viu sua curta gestão acabar investigada pela presença de grupos de extermínio dentro da Polícia Militar, conforme revelou o ex-delegado-geral Marcos Carneiro Lima.

O antecessor de Blazeck assumiu o cargo em janeiro de 2011 e o entregou ao governador após a saída do ex-secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, na semana passada. O agora chefe da Polícia Civil começou no Guarujá, no Litoral. Foi seccional de Sorocaba e passou por diversas delegacias especializadas da Capital. Desde 2011 era delegado divisionário na Academia da Polícia Civil.

Secretário promete elucidar mortes no Estado

O novo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, prometeu ontem, em entrevista concedida a canal de TV, que a Pasta unificará esforços para que "nenhuma morte fique sem esclarecimento." Para isso, pretende reformular o serviço de inteligência e reforçar o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). "Já pedi a aceleração das investigações."

Pela manhã, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu que o governo estadual deve nomear 138 delegados até a próxima semana. Todos deverão atuar nas áreas de investigação e inteligência. "Essa é uma entre várias medidas de trabalho que deverão ser anunciadas", disse.

Grella afirmou que serão realizadas a partir de agora reuniões diárias entre as polícias Militar, Civil e Científica para traçar plano urgente de trabalho. "A população espera que as polícias atuem conjuntamente e de maneira integrada para que tenham bons resultados."

Entre as primeiras medidas adotadas está tornar mais ágil a chegada das equipes de perícia às cenas de crimes, impedindo assim a evasão de provas.

O ex-delegado-geral Marcos Carneiro Lima alertou na última semana que cápsulas das armas utilizadas eram recolhidas das cenas do crime. Alckmin voltou a garantir atuação firme do governo caso seja comprovada a participação de policiais em grupos de extermínio, como vem sendo investigado. "Temos tolerância zero com qualquer crime."

Com a onda de violência na Grande São Paulo, o governador viu a aprovação de sua gestão cair para apenas 29%, segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha.




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