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Entidades da região promovem ações de prevenção ao suicídio

Campanhas buscam orientar público sobre a importância do diálogo com pessoas vulneráveis

Nelson Donato
Especial para o Diário
18/09/2016 | 07:00
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Divulgação


Por ano, 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). O mesmo índice aponta que no Brasil, cerca de 32 brasileiros tiram a própria vida diariamente. Para reverter esse cenário alarmante, o CVV (Centro de Valorização da Vida), junto ao CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), promovem neste mês a campanha Setembro Amarelo, cujo principal objetivo é a prevenção ao suicídio.

Abordar o tema, ainda considerado um tabu dentro sociedade, pode ser essencial para a diminuição do número de casos de suicídio. Por conta disso, especialistas alertam sobre a importância do atendimento humano.

Conforme explica a voluntária do CVV de São Caetano, Carmela Iandoli, a entidade é um dos locais que proporciona ao público-alvo a oportunidade de revelar sua aflição sem que sejam alvo de preconceitos. “O manual de prevenção ao suicídio diz que falar sobre o assunto pode evitar que muitos casos se concretizem. Por isso garantimos anonimato e um atendimento de modo mais humano possível. O voluntário que atua no centro se coloca no lugar da pessoa, e até certo ponto sente aquela dor.”

Além do atendimento presencial e por telefone, outra ferramenta que pode ser utilizada é o site do CVV. Ali são encontrados depoimentos e chats que proporcionam a troca de experiências. “O slogan da campanha é ‘Falar é a Melhor Solução’. É autoexplicativo, já que os estudiosos garantem que cerca de 90% dos suicídios podem ser evitados, já que antes de tirar a própria vida, muitos dão sinais claros do que estão prestes a fazer. Porém, não são todos que se atentam a esse perigo”, lamenta Carmela.

Na quinta-feira, em virtude da campanha Setembro Amarelo, São Caetano promoveu a 5ª edição do Seminário de Prevenção ao Suicídio. No evento, especialistas de diversas áreas dissertaram sobre o tema e mostraram a importância do diálogo entre as pessoas que têm tendência suicida e aqueles que estão ao seu redor, já que para cada ato desta natureza, cerca de 100 indivíduos são afetados diretamente.

Na ocasião, outro grave problema foi citado: o aumento do número de casos de depressão, que, segundo a OMS, eleva as chances de pessoas diagnosticadas com a doença tirarem a própria vida em até 30 vezes. Na avaliação de Carmelina, o Setembro Amarelo pode ajudar a quebrar o preconceito acerca do suicídio e do transtorno depressivo.

“É fundamental aproximar as pessoas, estender a mão um ao outro. Infelizmente, ao longo dos anos vamos perdendo esse contato. Até na área indígena houve aumento de suicídios. Daí a importância deste tipo de movimento. Precisamos quebrar paradigmas e mostrar que com um pouco de atenção, muitos podem desistir de tirar a própria vida.”




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