A tradicional fabricante de autopeças Karmann Ghia, de São Bernardo, negociou com seus trabalhadores, com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o pagamento de atrasados tanto para os cerca de 300 funcionários quanto para os 137 demitidos em fevereiro que vinham recebendo as verbas rescisórias de forma parcelada, em 17 vezes.

Segundo o sindicato, para os que foram mandados embora no início do ano, hoje deverá ser paga uma parcela e, no dia 11 de janeiro, outra, da rescisão. Além disso, a companhia deve acertar no dia 28 o adiantamento de novembro e a primeira metade do 13º salário – para os que ainda fazem parte do quadro de funcionários dessa indústria, que faz peças estampadas para montadoras.

Ainda de acordo com a entidade dos metalúrgicos, não foi definida, por ora, a data para o depósito da segunda parte do 13º. Em caso de atrasos do pagamento desse abono, a empresa está sujeita a multa administrativa de R$ 170,25 por empregado, o que significaria ter de desembolsar cerca de R$ 51 mil.

A crise do setor automotivo vem dificultando honrar esses compromissos, e também gerando dificuldades para quitar débitos com fornecedores. Neste ano até novembro, as vendas de carros zero-quilômetro no País tiveram retração de 25% em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Além disso, ao longo deste ano, as montadoras reduziram a atividade fabril para se ajustar à fraca demanda do mercado interno, por meio de medidas como lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho), férias coletivas ou PPE (Programa de Proteção ao Emprego).