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WikiLeaks em Pauta
Luciane Mediato
Do Diário do Grande ABC
16/03/2011 | 07:03
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Podemos dizer que o século 21 será lembrado por alguns como a era das inovações tecnológicas. E, para tantos outros, como o período das catástrofes ambientais, ou até mesmo a fase de combate ao terrorismo. Mas em meio a tantos ingredientes, não esqueceremos do WikiLeaks e nem do australiano Julian Assange, que juntou todos esses fatos e criou uma rede para divulgar informações sigilosas sobre eles. O vazamento de documentos em segredo de Estado abalou o mundo.

Para entender o universo do hacker que enfureceu os Estados Unidos, constrangeu a família real britânica e causou revolução na África, os jornalistas David Leigh e Luke Harding, do The Guardian, da Inglaterra, escreveram 'WikiLeaks: A Guerra de Julian Assange Contra os Segredos de Estado' (Editora Verus, R$ 34,90, 336 páginas).

Editor investigativo, Leigh do jornal, foi um dos primeiros a ter contato com o conteúdo dos arquivos do WiliLeaks e a estabelecer uma relação estreita com Assange. Em entrevista exclusiva ao Diário, ele revelou que o hacker certamente pretendia causar o máximo de impacto político ao publicar os polêmicos documentos vazados. "Acredito que ele achava que a operação WikiLeaks minaria governos e corporações em todo o mundo", diz por e-mail.

E se essa era a intenção, não podemos negar que, desde o lançamento do WikiLeaks em 2006, as notícias construídas em cima das informações do site alteraram as relações internacionais entre os países. Porém, Leigh faz critica à cobertura da imprensa sobre os acontecimentos. "Infelizmente, a cobertura da mídia global foi melodramática. Os jornais estão prestando mais atenção à espetacular natureza dos vazamentos do que no substancial conteúdo dos documentos".

O editor relata que a relação entre oThe Guardian e Assange era boa no começo, mas piorou muito devido ao comportamento dele. "Ele é um hacker anarquista".

Para Leigh, quem deveria ser reconhecido por trazer à tona os documentos é Bradley Manning, soldado norte-americano que é acusado de ser o autor dos vazamentos por razões idealistas.
Quando questionado se depois do WikiLeaks as ações dos governos ficarão mais transparentes, o jornalista é taxativo: "A reação imediata será que os governos vão se tornar menos transparentes".

O surgimento de um site como esse é apenas mais uma função da tecnologia. "Grandes arquivos de dados estão sendo criados. Então, eles vão ser furados. E é impossível evitar os vazamentos devido à natureza global da internet", afirma Leigh.




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