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Lista de material escolar varia até 275% no Grande ABC

Preço de fichário puxa o grupo de itens que têm
maior diferença de preços, com variação de 1.703%

Por Renato Cunha
Especial para o Diário
20/01/2015 | 07:26
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Celso Luiz/DGABC


As férias vão chegando ao fim e começa o período em que os pais saem às compras dos materiais escolares para o ano letivo. As escolas particulares já divulgaram as listas, pois, na maioria delas, as aulas começam nas próximas semanas.

Quem deseja economizar deve pesquisar bastante antes de adquirir a cesta de produtos solicitada, já que, no Grande ABC, o preço da lista com 17 itens pode variar até 275,30%, de R$ 43,32 a R$ 162,58. Os números assustam, mas tudo depende da quantidade de estabelecimentos que o consumidor percorrer para comparar os preços, além do quanto está disposto a barganhar.

O Diário realizou pesquisa em nove lojas com lista de itens básicos em mãos. O fichário foi o produto que registrou a maior variação de preços. O mais barato foi encontrado a R$ 4,99, enquanto o mais caro, R$ 89,99, que significa variação de 1.703,40%. É válido ressaltar que a diferença, neste caso, não diz respeito ao mesmo produto. Entretanto, para quem busca economizar, a orientação é evitar itens que contenham imagens de personagens licenciados, o que os encarecem.

Outro produto que teve variação bastante significativa foi o kit de canetas hidrocor. Com diferença de 552,17%, considerando item idêntico, o mais em conta saía por R$ 1,15 e, o mais salgado, por R$ 7,50. O custo da borracha branca oscilou 400% entre o estabelecimento em que custava mais barato (R$ 0,15) e o mais caro (R$ 0,60).

O caderno universitário de 100 folhas variou 50% entre o menor (R$ 5,99) e o maior preço (R$ 8,99). Neste caso, o levantamento tomou como base os modelos mais baratos disponíveis em cada estabelecimento.

Todas as lojas percorridas durante a tarde de ontem estavam cheias. O gerente de uma delas em Santo André, Rogério Tenguan, destacou que as vendas estão bastante aquecidas. “Já registramos bom crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior. O movimento está superando as expectativas”, declarou.

O consumidor do Grande ABC, ao que parece, está disposto a pesquisar para não gastar além da conta. É o caso da esteticista Mariza Ribas, 32 anos. “Sempre pesquiso antes de comprar o material para os meus filhos, mesmo quando se tratam de itens mais baratos, como cadernos, borracha, lápis e caneta. Geralmente, as escolas indicam algumas lojas. Não deixo de olhar nelas também, mas, normalmente, sai mais caro”. Ela contou que uma amiga foi direto no estabelecimento indicado e gastou quase o dobro dela. “Ela disse que não tinha tempo. Eu falei que ela deveria ter pesquisado no fim de semana.”

DICAS - Algumas lojas disponibilizam tempo para fazer orçamentos das listas. Esse serviço gratuito facilita a vida do cliente, já que, com o preço final em mãos, fica mais fácil fazer a comparação de preços e pedir descontos no estabelecimento de preferência.

Outra dica é fazer compras conjuntas com outros pais para negociar preços melhores a partir de quantidades maiores, orienta a educadora financeira Ana Paula Hornos. Guardar folhetos de promoção, fazer pesquisas na internet de produtos em lojas e sebos on-line também são interessantes. “Mas cuidado com promoções que colocam um produto chamariz em oferta para incentivar a compra de outros materiais vendidos a preços mais caros. Limite-se a adquirir o item da promoção caso os demais da lista não valham a pena naquele estabelecimento”, alertou.  (Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)


Itens de uso coletivo não podem ser cobrados dos pais

Os pais devem prestar atenção nos itens que não fazem parte da programação pedagógica individual para não serem prejudicados. Segundo o Procon-SP e o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é nesta época do ano que as escolas aproveitam para pedir, junto com os materiais necessários para o uso durante o ano letivo, itens administrativos que não deveriam constar na lista de compras escolares.

Copos descartáveis, papel higiênico, flanelas, álcool em gel, mais de 1.000 unidades de folhas de sulfite e tudo que for de uso coletivo não poderão ser pedido à parte. De acordo com a advogada do Idec, Claudia Almeida, a escola deve estar ciente da Lei Federal 12.886/2013, que proíbe incluir qualquer produto que não caracterize uso individual do aluno na lista de itens escolares.

A assessora técnica do Procon-SP, Leila Cordeiro, afirmou que os gastos com despesas gerais e administrativas já devem constar na planilha da mensalidade de 2015 de cada instituição. “Aos pais que tiverem dúvidas sobre a utilização pedagógica de algum item solicitado, é indicado questionarem a escola sobre o uso do material, que deverá ser justificado através de um plano de execução e atividades. Caso ela se recuse, eles poderão entrar em contato com o Procon.”

Leila também dá alternativas para contornar o abuso: “Os pais poderão fazer acordo com a escola, que, conforme a necessidade do filho, será entregue uma quantidade do material para que não haja desperdício”. (Marina Teodoro) 




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