Pouco mais de uma semana depois da tempestade que atingiu o Grande ABC, no fim de dezembro, os rastros da destruição ainda podem ser vistos pela região. O temporal, que teve rajadas de ventos de até 96 km/h, derrubou diversas árvores, sendo que algumas permanecem caídas.

No bairro Príncipe de Gales, em Santo André, a residência da dona de casa Maria Luciene Lima Santana, 55 anos, foi atingida por uma delas. No momento do acidente, ela se preparava para dormir com a filha e o neto, de 6. Quando foi tirar o fio da TV da tomada, ela ouviu o barulho no quintal e saiu para ver o que havia acontecido. “Foi Deus que me livrou. Nem sei o que teria acontecido se eu estivesse deitada.”

O acidente destruiu o telhado e parte do quarto. A árvore que caiu estava plantada no terreno da FSA (Fundação Santo André). A casa foi interditada pela Defesa Civil e ela está na casa da filha desde então.

A FSA respondeu que vai tomar todas as providências necessárias relacionadas, inclusive ressarcir os danos. A instituição também esclareceu que a árvore é uma caneleira, que estava devidamente podada, e que aguarda que o Corpo de Bombeiros faça a retirada da espécie nativa.

Na Praça do Cruzeiro, localizada na Vila Curuçá, no mesmo município, uma árvore de grande porte caiu em cima dos brinquedos do parquinho. Ela também atingiu o poste de iluminação da praça.

“A nossa sorte é que aconteceu à noite, já que, durante o dia, muitas crianças brincam no parque”, disse a aposentada Olga Vilela, 75, que mora em frente ao local.

A Prefeitura retirou o tronco na terça-feira, porém todos os galhos continuavam por lá na manhã de ontem. A administração afirmou que priorizou a retirada das árvores que estavam obstruindo ruas e calçadas e garantiu que outra equipe será deslocada para conclusão até sábado.

Na praça localizada na Rua Ramos de Azevedo, na Vila Alpina, o problema é parecido. Árvore de grande porte caiu e atrapalha a passagem dos moradores. A Prefeitura de Santo André disse que não recebeu pedidos para retirada. Na tarde de ontem, foi feita vistoria pelo DPAV (Departamento de Parques e Áreas Verdes) e a remoção foi programada para hoje. A previsão é de que dure dois dias.

Em São Bernardo, no bairro Assunção, um galho caiu em cima da fiação elétrica e deixou a região sem luz. A queda danificou parte da cerca de uma escola estadual e, ontem, continuava atrapalhando a passagem. “Nós tivemos prejuízo de R$ 10 mil, porque quando a energia voltou deu curto-circuito”, disse o síndico Marco Antônio Souza, 50.

A Prefeitura informou que o galho será retirado na manhã de hoje. A Secretaria de Estado da Educação disse que, após a retirada, a direção fará o conserto da cerca.

Pane elétrica suspende atendimento em creche

A queda de energia ocasionada por forte chuva na última sexta-feira trouxe transtornos para famílias de 230 crianças que são atendidas pela Instituição Beneficente Lar de Maria, em Santo André. Isso porque problema elétrico causado na rede da AES Eletropaulo culminou na interrupção do atendimento feito aos estudantes na unidade da Vila Luzita, na Avenida São Bernardo, durante três dias.

Apesar de permanecer aberta durante o período, a instituição não teve condições de executar suas atividades educacionais e sociais na denominada Casa 2, tendo em vista o não funcionamento de bomba que garante o fornecimento de água. Com isso, não havia como preparar as refeições das crianças e executar serviços de limpeza, por exemplo. A entidade informou que o atendimento será retomado hoje.

Um dos prejudicados com a situação é o vendedor Vagner Carnaval, 51 anos, pai de dois filhos gêmeos de 11 anos e que são atendidos há cinco pelo Lar de Maria. “Eu sou pai sozinho, porque minha mulher faleceu há sete anos e não tenho com quem deixar as crianças, então estou sem trabalhar”, destaca.

A instituição assistencial contatou a AES Eletropaulo e solicitou atendimento de emergência. A empresa informou, por meio de nota, que enviou equipe ao local na tarde de ontem para o restabelecimento da energia elétrica.