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Luz para Todos não atingirá meta
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06/09/2010 | 07:21
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Uma das principais bandeiras da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, o Programa Nacional de Acesso e Universalização da Energia Elétrica - denominado popularmente de Luz para Todos - terá que dobrar de velocidade se quiser alcançar a meta de 576 mil domicílios ligados à rede de eletricidade até o fim do ano.

Por lei, o programa termina em dezembro - e tudo indica que ele não conseguirá cumprir o anunciado na propaganda do PT: levar eletricidade a todas as casas do País.

No período de janeiro a julho, o programa fez 210 mil ligações. Para cumprir o planejado, teria de fazer até dezembro outras 368 mil. Seriam 74 mil ligações por mês, mais que o dobro de sua média histórica, de 30 mil.

A importância do Luz para Todos é tamanha na campanha de Dilma que o projeto foi mencionado em 12 dos seus 16 programas eleitorais até sexta-feira passada. No filme de 21 de agosto se afirmava que "a luz elétrica chegou a todo o campo". O programa do PT que apresentou a candidata em maio reservou dois minutos para tratar o assunto.

"Uma das coisas que me impressionou", disse no vídeo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "foi o dia em que a Dilma (então ministra das Minas e Energia) entrou na minha sala propondo o Luz para Todos. Ali eu vi que, além de competente, ela era uma companheira que tinha sensibilidade".

O não cumprimento da meta não se deve à falta de recursos. O orçamento de 2010 destinou ao programa R$ 61 milhões - 180% a mais que em 2009. No entanto, desse valor o governo só havia usado, até agosto, R$ 1,5 milhão, segundo o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal).

Criado em 2003, o programa pretendia chegar, inicialmente, a 2 milhões de casas - meta que foi atingida em maio de 2009. A segunda fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) direciona recursos para atender a outras 495 mil casas que deverão continuar sem acesso à eletricidade.

No conjunto, estão previstos gastos que chegarão a R$ 5,5 bilhões até 2014. O valor representa aumento de 5.400% em relação a tudo que foi gasto nos seis anos de existência do Luz para Todos - R$ 99,7 milhões.TL

Projeto da gestão FHC também não alcançou resultados

A bancada de oposição afirma que o programa do governo Lula tem origem no Luz no Campo, implantado na segunda gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Há uma disposição do governo de apropriar indevidamente o que não lhe pertence", ataca o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "O marketing oficial tem criatividade para mudar nomes."

O Luz no Campo, porém, também não conseguiu cumprir as metas estabelecidas. A princípio, o programa criado em 1999 pretendia levar energia elétrica a 1 milhão de domicílios em três anos. Mas até julho de 2002 apenas 417 mil casas foram atendidas.

No Noroeste de Minas Gerais, em Arinos (a 200 quilômetros de Belo Horizonte), 1.800 casas continuam no escuro. O município mineiro, de 17 mil habitantes, é um dos que sofre com o atraso no Luz para Todos - segundo a prefeitura, apenas um terço das ligações previstas foi realizada.




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